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quinta-feira, julho 29, 2010

O fim-de-semana em que eu não fui para Belfast

Há meses eu vinha insistido com I. para visitarmos Belfast e o Giant's Causaway, então quando ele sugeriu que fizéssemos o passeio no fim-de-semana antes do nosso Fake Irish Wedding eu não achei estranho.

Não achei estranho nem quando amanheceu chovendo e eu sugeri que deixássemos para um outro dia e ele me disse que não. 

Também não achei estranho quando, no caminho, passamos em frente ao aeroporto (já que eu não tenho mesmo a menor noção de direção). Nem mesmo quando entramos no aeroporto, afinal além de não ter noção de direção eu sempre acredito no meu marido (que me disse que era só um detour).

I. só teve mesmo que me explicar porque estávamos ali quando precisou estacionar o carro. Tinha uma surpesa para mim, mas a "surpresa" no entanto, perdeu o vôo de conexão em Londres e não estava lá fora na hora marcada. Eu só soube mesmo quem era a surpresa ao vê-lo no desembarque.

Então ao invés de um sábado em Belfast eu ganhei a presença de um dos meus melhores amigos, vindo especialmente para meu casamento. No final das contas, nada mal, né? 

Ganhei ainda por cima fotos lindas do casamento (antes, durante e depois), de toda a flora do jardim dos Sorensen em Killarney e do dia seguinte na praia. 

As daí de baixo são as desse final-de-semana pré-casamento, aqui em Dublin que teve até champanhe no Café en Seine, eu posando de muçulmana puta na Grafton Street, e a criação do termo sluslim (slut + muslim). Essas no entanto foram censuradas pelo meu, acreditem, respeito pela religião alheia.








D., obrigada pela visita e pelas fotografias. 

E obrigada a todos que sabiam que ele viria mas guardaram segredo.

N.

segunda-feira, julho 19, 2010

A encomenda


A encomenda que eu não recebi nesse fim-de-semana tinha um pacote de café embalado à vácuo. Não porque eu não posso comprar café brasileiro em Dublin (se bem que embalado à vácuo eu mesma nunca vi), mas porque alguém se lembrou que um dos cheiros que mais me lembra a casa da minha mãe é o de café.

Tinha pipoca doce. Aquela bem baratinha, da embalagem cor-de-rosa, que de tão artificial deve causar câncer, mas que eu trocaria fácil pela barra de Lindt meio amargo com laranja que eu posso comprar em toda a esquina aqui (cos the grass is always greener on the other side).

Eu acho que tinha até aquele docinho de leite durinho por fora e molinho por dentro, que a minha mãe trazia da venda pra mim, quando eu estava doente ou triste, ou simplesmente quando pedia por um doce.

Definitivamente tinha alicate de cutícula, porque eu ainda acho que sou melhor manicure do que muita manicure por aí e adoro fazer as próprias unhas. E porque todo mundo sabe que a coisa que eu mais lamento não poder comprar por aqui são alicates de cutícula. 

Tinha esmalte também. Os escuros da Risqué: Rebu, Dara, Licor, Uva. E um novo que eu nunca experimentei mas é roxo, e aí claro todos se lembraram de quanto eu adoro roxo. Obsessão é o nome desse, mas eu ainda não sei se vai ficar bom na minha mão, ou se vou me achar muito adolescente com as unhas roxas. 

Tinha as revistas de fofoca que eu jamais compraria, mas que sempre folheava antes dos almoços de domingo na casa da tia A., mesmo que velhas. Essas não foram compradas para mim, mas minha mãe assim que abriu a porta do quintal no último domingo, e viu as revistas ali na mesa se lembrou de que eu gostaria de dar uma olhada nelas. Aproveitou e mandou também a Veja que o tio D. assina para eu saber qual o nível das bobagens que eles andam publicando atualmente.

Comprada para mim mesmo foi a Caros Amigos. Não que a minha mãe tenha a menor idéia do que seja a Caros Amigos, mas ela deve ter visto aquela revista grande, meio com cara de encarte de jornal tantas vezes na mesinha de centro da sala que deve ter se lembrado o quanto eu gostava dela. Bom saber que ela pensou em mim.

Era uma encomenda pequena, então não deu para encaixar todos os livros, DVD's e álbums de fotos que ainda estão na casa da minha mãe. Mas alguém se lembrou de mandar pelo menos os DVD's da Turma da Mônica, a maioria deles ainda no plástico porque eu nunca tive a chance de vê-los (ou melhor, revê-los).

Talvez tivessem incluído um livro só. Dos meus. Dos que tem um cheiro que só eu conheço. Um que quando eu abrisse me traria lembranças do dia em que foi comprado, da banda que eu estava ouvindo sem parar naquela mesma época. Talvez eu achasse perdido no meio das páginas um ticket de um filme visto no Espaço Unibanco de Cinema, ou no Frei Caneca

E fotos. Fotos da Happy, a minha cadela, de quem eu sinto uma saudade absurda dia sim dia também, e que eu nunca tenho a chance de ver, nem por webcam porque minha mãe não mexe com computadores.

A encomenda infelizmente não chegou. Nem vai chegar porque ninguém se deu conta do quanto essas pequenas coisas me fariam feliz, nem o quão fácil seria mandá-las para mim, já que D., chegou em Dublin (de surpresa!) no último sábado.

Tudo bem. Passei o dia me lamentado e precisava escrever. Uma vez registrado aqui, vai ficar aqui e para a cama eu vou levar só meu marido e pensamentos bons.

N.

quarta-feira, julho 14, 2010

7 dias em pequenas coisas

Recebi um elogio de C., o instrutor de dança na quarta. Trabalhei das 9 da manhã às 6 da tarde na quinta. Para me deixar feliz I. lembrou-se de mim e trouxe para casa uma caixinha com os mini cupcakes mas lindos de todos os tempos.  Voltei a trabalhar o dia inteiro na sexta também. Tive um dia de madame no sábado. O marido slash motorista particular me levou para fazer mão e pé. Estraguei o esmalte da unha do pé assim que cheguei em casa e calcei sapatos na pressa de sair para fazer compras. Fui ao centro e comprei um vestido preto, curto, justo e tomara-que-caia que realmente me caiu muito bem. Não passei frio. Paramos para um drink antes do jantar. Fiquei feliz ao notar que ainda sou notada, mesmo acompanhada. Me lembrei que aqui eu sou "exótica". Escolhi o filé de hake com linguine ao molho de espinafre, manjericão e tomates secos. Percebi que não sei falar hake em português. Tomei o café brasileiro do menu.  E meia garrafa de vinho branco. Mais drinks no centro. Roubaram meu guarda-chuva. Decidimos deixar a decisão mais importante de todos os tempos por conta do destino. E decidir não decidir me fez muito bem. Passei o domingo de ressaca. Tomei muito sorvete. Trabalhei em dobro na segunda para por a casa em ordem (a casa, literalmente). Comprei sabão em pó pela primeira vez na minha vida (longa estória). Na terça caminhei para o trabalho com calma, sem correr para pegar os semáforos abertos, sem reclamar dos turistas que não olham para frente. Comprei um white mocha da Butler's. Fiz o caminho da Grafton Street. Guardei o bombom que acompanha o café para I. Passei calor. Passei frio. Tomei chuva. Fiz depilação. Dormi bem. Comprei um guarda-chuva novo. Não o que eu venho namorando há tempos, um meia boca mesmo (o da Avoca fica para o mês que vem, quando cabe no meu orçamento não afetado pelo casamento). Comi o bombom que tinha guardado para I. Corri para casa. Agora espero que os próximos 7 dias passem tão rápido quantos os últimos 7. E já que o único registro de todas essas pequeninices é o dos cupcakes, é ele que eu divido com vocês.


N.

ps. 10 dias para o casamento!

sexta-feira, julho 09, 2010

Obrigada

Eu adoro ouvir um bom obrigado. Muito provavelmente porque eu tenha o hábito de dizer obrigada com frequência (mesmo antes de me mudar para Dublin, onde obrigados são praticamente obrigatórios).

Gosto ainda mais quando eles vêm em forma de cartão, o que acontece bastante aqui uma vez que esse hábito é parte da cultura local.

Parece uma bobagem mas toda a vez que eu abro a caixa de correspondências e encontro um envelope com cara de cartão eu meio que ganho o dia.

Esse ai de baixo, que eu recebi essa semana, nos foi enviado pelos McCarthy (vizinhos dos meus sogros em Killarney, que de tão amigos já são meio da família) agradecendo os presentes que trouxemos para eles do Brasil. Foi feito pela filha mais nova deles, M. que tem só 3 ou 4 anos.


Assim que abri o envelope vários dos grãos de arroz e penas que foram colados no cartão cairam e foram parar no chão que eu havia acabado de aspirar, mas eu (completely anal com coisas de limpeza) nem liguei, tão bonitinho que achei o fato dela mesma ter feito o cartão.

Perguntei pra I., assim just checking, se deveria mandar um outro cartão de agradecimento pelo cartão de agredecimento, mas fui informada que não. Nunca se sabe, né?

Mais tarde ele chegou em casa trazendo também um envelope com um agradecimento. Eu nunca devo ter escrito aqui, mas I. é diretor de criação de uma agência de marketing direto, e por ter conseguido uma conta com uma grande empresa de seguros de saúde aqui na Irlanda (a VHI Healthcare), o chefe dele achou que ele merecia um mimo. A carta dizia que ele deveria comemorar comigo (sim, euzinha) um trabalho muito bem feito, e veio acompanhado de um voucher (bem generoso) para jantar num restaurante bem bacana aqui de Dublin (pertinho de casa).


Eu que gosto pouco de jantar fora, adorei ser incluida na celebração, mesmo que eu não tenha feito muito por merecer.

E o programa de sábado a noite já está então decidido.

Antes de terminar, um obrigada a você que deu uma passada por aqui.

N.

terça-feira, julho 06, 2010

Eu quero

Stackable rings são anéis bem fininhos (de materiais, texturas e larguras diferentes) feitos para serem combinados e usados juntos. Como você pode comprá-los separados, quantos usar e como combinar fica a seu critério.

Parece que está na moda agora, e várias celebs estão usando. Eu normalmente não dou a mínima para quem está usando o quê,  e nunca liguei na Globo para saber qual a marca do jeans ou a cor do batom da atriz tal, da novela tal, mas devo admitir que desde que vi a coleção da Daisy Jewellery (uma empresa de Londres) numa revista fiquei absolutamente obcecada.

Ia colocar na minha listinha de desejos aí do lado dos posts, mas achei que os anéis eram tão bonitos que mereciam um post só para eles.

Até a combinação de ouro amarelo com prata que nunca me agradou muito (até começar a usar meu anel de noivado junto com a aliança de casamento) eu acabei aprovando.

No site você pode encontrar todos os modelos. São mais de 180, entre ouro e prata, com bichinhos e florzinhas (que eu particularmente não gosto muito), e custam entre £22 e £58.  Existem combinacões já prontas também. Mas o mais divertido é que no próprio site você pode criar seu próprio modelo (e ter uma idéia de como ele ficaria na sua mão, inclusive escolhendo a cor do esmalte que você preferir). E aí dificilmente você vai ver alguém com um igualzinho ao seu.

Acho que o site só entrega no Reino Unido, mas a boa notícia é que eles começam a chegar por aqui e podem ser encontrados em Dublin, para saber onde encontrar, basta ligar nesse número 01 6774626. Os preços em Euros vão de €30 a €94.



Para ver o site da Daisy Jewellery clique aqui. E para me dar uma ajudinha, é só mandar um link para o meu marido dizendo que já sabe o que eu quero ganhar de aniversário.

N.

domingo, julho 04, 2010

Os sacrifícios que eu não faço.

"I'm always in pain! My earrings are heavy and my heels are hurting - they hurt all the time. But you know, you have to sacrifice for beauty. You just get kind o numb after a while." (Beyoncé)




A frase aí de cima foi publicada no mês passado numa revista feminina do Reino Unido com circulação aqui na Irlanda também.

Para defesa da Beyoncé, a frase não tem contexto nenhum. Está assim solta no meio de uma página com outras mil coisas. E honestamente não sei ela foi mal interpretada.

De qualquer jeito, me chamou a atenção. E de maneira negativa. Nada contra a Beyoncé (que eu nem gosto nem desgosto), só para deixar claro. 

O meu problema é com essa obsessão doentia com beleza que nada tem a ver com bem-estar.

Eu sei que não deve existir uma mulher na face da terra que nunca tenha usado um sapato que machucasse por algumas horas, um brinco muito pesado, ou que nunca tenha passado por nenhum procedimento que cause pelo menos desconforto, se não dor. You know, depilação, sobrancelha, massagem linfática, etc., etc,. Mas sentir dor constantemente só para estar sempre impecável eu já acho um pouco demais.

Eu tento me exercitar e comer direito com certa frequência, muito mais por me sentir bem do que em busca da barriga da Shakira, porque isso exigiria um esforço absurdo, horas e horas e horas de exercício físico e abrir mão de comer e beber praticamente tudo o que é bom. Então não é que eu não queira a barriga da Shakira, mas eu simplesmente optei por levar uma vida normal.

Já fiz cirurgia plástica (uma) e até preenchimento (uma vez também) de uma linha de expressão no rosto  (mas não botox!), e faria de novo, se pudesse pagar e desde que não virasse rotina. Mas não perco horas do meu dia numa academia, simplesmente porque prefiro usar meu tempo de outra maneira. Ao invés disso, faço ergométrica em casa (ao mesmo tempo em que leio um livro) ou saio para uma caminhada ao ar livre (quando o tempo permite). Não vivo de alface e não abro mão de uma dose ou duas de bebida alcólica no fim-de-semana, mas evito açúcar, não tomo refrigerante, e sobremesas se restringem ao sábado e domingo ou ocasiões especiais. Não enfrento o desconforto de saltos altos mas encaro a depilação numa boa. Ou seja, vivo com moderação e faço tudo o que gosto. 

Posso não ser tão bonita quanto a Beyoncé (e definitivamente não tenho a grana que ela tem), mas poderia apostar que sou mais feliz. Pelo menos para os meus padrões. De beleza e de vida.

N.

PS.: ou vai dizer que ela está confortável nesse vestido? 

sábado, julho 03, 2010

Nada como um dia após o outro

Ontem meu dia foi digno de cão. Do momento em que acordei, ainda exausta por ter dormido muito mal (I. estava com uma infecção no olho, se mexeu a noite inteira, não dormiu e consequentemente, nem eu) até o momento em que fui pra cama com uma dor de cabeça infernal (após ter chorado por horas e horas), deu absolutamente tudo errado.

Primeiro eu dei uma de Amélia-que-era-mulher-de-verdade e decidi logo cedo que mudaria meus planos de sair com as meninas à noite por causa do tal do olho infectado do senhor meu marido (o viking que mais parecia um pirata). Afinal de contas, como eu ia me divertir sabendo que ele além de não poder sair com os amigos, ficaria em casa, sem ao menos poder assistir TV ou jogar o mal bendito X-Box?

Decisão tomada fui ao trabalho. 10 milhões de e-mails para responder, várias pessoas reclamando, várias coisas que precisavam ser feitas sem falta, uma "quase" bronca por um erro que não era meu, e um problema para resolver as 13h56.

Deixei tudo o que podia para trás e mesmo assim ainda saí com 15 minutos de atraso. Consequentemente, cheguei 20 minutos atrasada para pegar os doces que tinha encomendado (fiz uma encomenda de 30 docinhos para experimentar antes de encomendar alguns centos para o casamento). A pobre da menina ainda estava lá em frente a Spire me esperando. Odeio fazer as pessoas esperarem. 

Sem tempo para andar até em casa resolvi pegar um ônibus e tive que ouvir a velhinha irlandesa sentada do meu lado me dizer que estava torcendo mesmo era pra Argentina (coitada da velha). E para não dizer que o dia foi uma merda total, achei uma moedinha de 2 euros (e já que o ônibus me custou 1,15 eu tive ainda um pequeno lucro). 

Comi meu almoço no caminho, já que uma vez começado o jogo não teria estômago. 

Durante o primeiro tempo tudo em paz. Cheguei a pensar que o fim-de-semana que começava mais cedo ia levar embora toda e qualquer lembrança da manhã ruim. 

Aí vem o intervalo e quebro o pau com viking/pirata, que acredite se quiser, ficou muito bravo porque eu não ia mais sair à noite e deu chilique . Fiquei tão puta da vida que só consegui mesmo chorar de raiva. E chorei durante todo o segundo tempo do jogo. E chorei por horas depois, pela briga e pela derrota (e por estar de TPM). E como se não bastasse comi pelo menos 20 dos 30 docinhos que tinha comprado (brigadeiros, beijinhos, cajuzinhos e outros inhos com muito açúcar e calorias). 

No final do dia ainda fizemos as pazes, mas continuei o chororô mesmo assim. Jantamos, e como eu não ia conseguir assistir Uruguai x Gana, tentamos assistir um filme. Tentamos, porque eu tolerei uma boa meia hora de Hot Tub Time Machine antes de desistir. Nem I. que é homem estava aguentando assistir. Sem comentários. 

Chorei mais um pouco e fui dormir.

Acordei ainda meio mal-humorada mas I. estava um pouco melhor e me prometeu um dia bom. 

E não é que ele cumpriu? Fomos ao centro e ele não reclamou nenhuma vez de eu entrar em todas as lojas ou parar em todas as vitrines. Não reclamou quando eu passei horas escolhendo brincos na Accessorize nem  percorrendo a Boots de cima a baixo a procura do creme pra coxas e bumbum da Soap & Glory que eu queria comprar faz tempo. Carregou minhas sacolas e me levou primeiro pra comer crepe na Lemon e depois para assistir Argentina x Alemanha no Hairy Lemon (pagando, claro, pelos meus drinks).

Melhor do que isso, o placar que ele me "prometeu" acabou virando realidade, a Argentina tomou de 4 da Alemanha, o dia está lindo e eu sou feliz de novo.

N.

PS. Mais feliz ainda por ter experimentado meu vestido de noiva e ter entrado nele com folga (apesar de todos os docinhos).