CLICK HERE FOR FREE BLOGGER TEMPLATES, LINK BUTTONS AND MORE! »

terça-feira, novembro 30, 2010

9 dias depois

Sumi. Não por falta de vontade de escrever, nem por falta de assunto. O que andou faltando foi tempo mesmo.

No trabalho, mal tenho parado para meu horário de almoço. Mais de uma vez durante a última semana engoli meu sanduíche sem sair da frente do computador. 

Em casa, a mudança nos consome. Primeiro foi a trabalheira de empacotar tudo. Depois carregar as várias caixas, sacolas e malas. Agora estamos na fase 3, ainda em andamento, o desempacotar e organizar as coisas. 

Queria ter tirado fotos do apartamento da Waterloo Road, durante e depois da mudança, mas acabei ficando só com essa:

I. e a organização dos CDs
Em meio a mudança o blog ficou abandonado, mesmo com todos os posts que eu já tinha me programado para escrever.

Toda vez que isso acontece eu não sei como retomar. Os assuntos se acumulam e eu passo mais tempo pensando se altero minha "programação" ou se começo do zero, do que escrevendo. 

Enfim, decidi retomar escrevendo. Assim, sem assunto específico mesmo. Só para desenferrujar. 

Volto de preferência amanhã, ou assim que der e que puder.

N.

domingo, novembro 21, 2010

O que te faz feliz?

"Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."
Carlos Drummond de Andrade


Prestes a me mudar para um apartamento bem maior do que o meu (tá bom vai, não é assim tão maior, mas eu resolvi essa semana, pelo menos essa semana, ser uma pessoa otimista) tem uma coisa mais do que todas as outras que tem me animado em demasia. Não é a minha geladeira (e congelador) grande, nem o fato de finalmente poder receber pessoas em casa. 

O que tem me deixado em estado de graça é o fato de eu vou ter minha própria mesinha de cabeceira (ou criado-mudo, como você preferir). Vou poder colocar minha pilha de livros que esperam para serem lidos e ter meu próprio abajur. Vou ter minha própria caixinha de lenços descartáveis (vou comprar uma bem bonita) e ter um lugar para deixar meu diário e caderninho de anotações, bem ao lado da cama. Isso sem falar na minha garrafa de água, iPod e celular. 

Você acredita que até gavetas (atenção para o uso do plural aqui) eu vou ter?

Fiquei tão feliz com o negócio das gavetas que me peguei pensando ontem no meio da noite o seguinte (eu penso demais, penso logo não durmo): que tipo de pessoa fica feliz com gavetas? Eu mesma respondo (pois é, fiquei horas acordada), o tipo beirando a insanidade extremamente organizada, e o tipo que já tem praticamente tudo o que precisa para ser feliz.

Eu? Eu sou um pouquinho dos dois. 

N.

PS. Hoje, mais do que todos os outros dias, mais do que no Natal, no meu aniversário, ou no dias das mães, eu queria estar em São Paulo. Let it be. Inveja louca de todos os amigos que vão estar lá, mas fico aqui do outro lado do oceano, assistindo pela TV e chorando muito como se eu estivesse lá também.

sábado, novembro 20, 2010

Eu não estudei para isso - parte II



Conversa no Skype com candidato a aluno*:

Aluno: Boa tarde. Gostaria de receber informações sobre os seus cursos. Sou paquistanês e tenho interesse em fazer FETAC Certificate in Information Technology.

Eu: Infelizmente esse curso é de nível 5 e o governo da Irlanda não fornece visto para alunos do Paquistão inscritos nesse programa. 

A: [mostrando que sabe bem o que quer] Então pode ser o Bacharelado em Recursos Humanos.

E: Infelizmente nós não oferecemos esse curso.

A: Tá bom. Você sugere o quê então? Eu quero estudar na Irlanda a partir de Janeiro de 2011.

E: Nesse momento estamos com matriculas abertas para o curso X, Y, W e Z, todos com início em Janeiro do ano que vem.

A: 2011?

E: [já sei paciência, mas ciente que meu chefe tem acesso a conversa] Sim, ano que vem = 2011.

A: E quais são os requisitos?

E: Para qual deles? Eu te ofereci 4 opções diferentes.

A: Quais são as opções mesmo?

E: [copy e paste] Nesse momento estamos com matriculas abertas para o curso XYW e Z, todos com inicio em Janeiro do ano que vem.

A: Para o FETAC.

E: [pensando que eu realmente preciso desse emprego, se não...] Então, como eu já falei para o senhor, o FETAC não está disponível para alunos que dependem de visto pré-aprovado para estudar na Irlanda [pelo menos não os do Paquistão e da Nigéria, mas ele não precisa saber disso porque se não fica bravo comigo, como se fosse minha culpa]. O senhor pode escolher, dependendo da sua qualificação, claro, entre XYW e Z.

A: Ah, tá bom. E para o Bacharelado em Recursos Humanos, quais são os requisitos?

E: [respiro fundo, vou buscar um copo de água] Como eu já disse, infelizmente nós não temos esse curso na nossa grade.

A: E qual tem mesmo?

Aí antes de mandar pra $^&*!@£ eu paro e penso no meu marido lindo, em quanto eu gosto de morar aqui, no café mocha da Butlers, na prateleira cheia de kits de presente da Boots, nos produtos de beleza, maquiagem e perfumes de todas as marcas bacanas e preços acessíveis da Brown Thomas, nas roupas da Zara e todas as outras coisas que eu não teria se não tivesse que aguentar isso. 

Como dizem os ingleses, you can't have your cake and eat it

N.

* pra quem não sabe eu sou responsável pelo international admissions numa instituição de ensino na Irlanda. 

sexta-feira, novembro 19, 2010

Um par de tênis para o bebê Sorensen



No Brasil a gente chama só de "All Star", aqui na Irlanda, assim como no Reino Unido, ele se chama "Converse". 

Quando adolescente eu não me lembro de usar, mas depois de adulta, pelo menos dois pares, um preto e um branco (sempre os de cano baixo, já que os de cano alto não combinam com minhas canelas grossas) sempre habitaram meu guarda roupa.

Na primeira viagem a Europa me espantei com o preço e me arrependi de ter carregado comigo um par só. Ainda bem que voltei para casa antes do previsto, e feliz por encontrá-los a preços acessíveis adicionei os coloridinhos a minha coleção. 

Na Cultura Inglesa tive que aposentá-los, já que eles não faziam parte do dress code da empresa. Aderi às sapatilhas a contragosto (viu só porque eu tinha medo de ser mãe de menina?)

Aqui na Irlanda não é sempre que o tempo me permite usá-los. 

Já ouvi dizer por aqui que é tênis de knacker (um termo pejorativo utilizado para descrever os irlandeses de baixa renda, famosos por circular por aí de moleton). Nem sei se é verdade porque, como eu já disse, não custa barato por essas bandas. Se for também estou pouco ligando afinal eu não passo por irlandesa mesmo. 

Ligo tão pouco que usei no meu segundo casamento:



Tão pouco mesmo que a primeira coisinha que eu comprei para o meu filhote, assim que soube que teria um menino, foi o menor par de "all star" que consegui encontrar. Minúsculo, vermelho e de cano alto. 

Porque mesmo nascendo na Irlanda, com sangue irlandês/inglês/brasileiro, sobrenome norueguês,  e sabe-se lá se parecido comigo ou com o pai de barba ruiva, vai ser o MEU bebê. 

N.

PS. I. não gosta quando eu digo que é "meu" bebê, então não conta pra ele, tá?

quinta-feira, novembro 18, 2010

Eu não estudei para isso - parte I


Aluno brasileiro chega na recepção e ignorando completamente a recepcionista Irlandesa se dirige a mim:

Aluno: Brasileira, né? [sempre começa desse jeito]. Oi, eu gostaria de solicitar meu certificado, minhas aulas terminaram ontem.

Eu: Tá bom. É só deixar seu nome e seus dados pessoais anotados aqui. 

A: Você sabe de qual nível eu vou ganhar certificado?

E: O último nível que você cursou. Qual foi?

A: Upper-Intermediate.

E: [fingindo paciência] Então, você vai receber certificado de conclusão do Upper-Intermediate.

A: [cara de desapontamento] Eu achei que receberia o certificado do Advanced.

E: [não devia nem ter perguntado, mas...] Por quê?

A: Porque eu fiz a prova para passar de nível e cursar o Advanced.

E: [tentando sinceramente enteder a lógica dele] Mas não fez o Advanced então por que?

A: É que eu não passei na prova.

E: Ahhhhh.

E assim os dias vão passando....

N.

quarta-feira, novembro 17, 2010

18 semanas

"Que medo alegre, o de te esperar"
(Clarice Lispector)

Completo 18 semanas hoje e estou me sentindo tão feliz, tão feliz que eu nem sei explicar direito.

Ter ido à minha primeira consulta na segunda-feira passada e saber que está tudo bem com o meu babóg me tranquilizou muito. Em primeiro lugar porque ainda estava em pânico com a idéia de ter um parto aqui na ilha onde todo mundo reclama horrores do sistema de saúde pública. E em segundo porque eu queria muito saber se estava tudo bem aqui dentro. 

Quando cheguei em casa depois da consulta com o GP (clinico geral) que comprovou minha gravidez (quando eu já estava com 8 semanas) e liguei para o telefone do hospital para marcar meu pré-natal me assustei com a demora em agendar a primeira consulta. Depois me acalmei quando me dei conta de que é assim mesmo que as coisas são feitas por aqui (a primeira consulta no hospital deve acontecer pouco antes da semana 20). Ou seja, até lá nada de médico ou exames, a não ser que você pague por eles.

Também não me agradava a idéia de ser atendida por uma midwife, mesmo sabendo que aqui elas têm formação superior e estão longe do esteriótipo da "parteira" brasileira.

E não é que eu estava errada? Por enquanto, pelo menos por enquanto, eu não tenho do que reclamar. Achei a clínica e o atendimento de duas e não uma midwife excelente. Ambas foram atenciosas, tiram minhas duvidas e fizeram com que eu me sentisse bem cuidada. Coisas pequenas, como a preocupação de uma delas em saber se pronunciava meu nome de maneira correta, me fizeram esquecer que aquele era um serviço público. 

Pelo meu histórico de depressão também fui encaminhada para iniciar uma série de consultas com um psiquiatra, especialista em depressão pós-parto, o que também me deixou mais tranquila. Melhor prevenir do que remediar, sempre. Mas caso remediar seja preciso, bom saber que vou contar com ajuda de um profissional assim de imediato. 

Além disso, pudemos ouvir pela primeira vez o coração do babóg. E se eu conseguisse expressar aqui o que eu senti, eu ganharia dinheiro escrevendo. 

Saí de lá tão eufórica que convenci I. a me levar para fazer um ultrasom naquela noite. Já tínhamos combinado que esperaríamos até a semana 18 para saber o sexo, mas eu não consegui resistir a tentação de pelo menos ver o bebê.

E que bom que eu não resisti: 




Aí está o meu babóg, com 16 semanas e 5 dias de gestação. Nesse dia, descobrimos que é um menino (eu sei que muita gente já sabia) provando que eu não tenho mesmo instinto materno.

Toda a "culpa" que eu estava sentindo por querer um menino quando achava que esperava uma menina, foi embora. Semanas de terapia à toa, já que não precisava ter me preocupado.

Descobri também que mesmo não sentindo, ele se mexe, e se mexe muito.

Naquela semana, ele pesava 169 gramas e media não sei quanto (porque eu não sei ler as abreviações do scan). Falta de instinto materno 2, eu 0. 

Decidimos, pelo menos por enquanto, chamá-lo de Erik (E. a partir de agora aqui no blog já que eu não escrevo nenhum nome). Eu já contei pra todo mundo, mas I. ainda diz para os amigos e para família dele que é surpresa. 

A próxima consulta vai ser com o GP no consultório, dia 2 ou 3 de Dezembro. Em Dezembro tenho consulta também com o psiquiatra e outro ultrasom no dia 16. Em Janeiro voltamos ao hospital, dessa vez para ver um obstetra.

Mas estou esperando ansiosamente mesmo é pelo dia em que vou sentir ele se mexer. 

N.

terça-feira, novembro 16, 2010

Ocupada com outras coisas

Nos mudamos em menos de 10 dias. E aí que nada, absolutamente nada (mas nada mesmo) está empacotado ainda.
Queria ter começado a fazer isso no último final de semana mas achei duas outras coisas melhores para fazer: comer feito louca e assistir rugby pela primeira vez ao vivo.
De comer eu sempre gostei mesmo. Mas comida boa assim, que me lembre de casa (e da comida da minha mãe) e boa companhia, eu nem sempre tenho, então enfiei o pé na jaca na sexta-feira quando fui convidada por W. (do Irlanda Colorida) a jantar na casa de A., por conta da despedida dele de Dublin.




Já de rugby eu gosto, mas não há muito tempo. Estava alucinada para assistir ao vivo, mas confesso, ainda não entendo todas as regras (chego lá). O mais divertido, no entanto, foi reparar na diferença abismal entre assistir a um jogo de futebol no Morumbi e um de rugby no Aviva. Primeiro pela quantidade de crianças e idosos. Depois pela facilidade de acesso não só ao estádio mas ao seu assento marcado. E por último, claro, a quantidade de respeitosas senhoras com seus casacos de pele e saltos altos tomando vinho em taças plásticas antes da partida começar.


Priceless. Tanto um evento quanto o outro.
N.
PS. E eu que achei que já tinha visto de tudo por aqui descobri mais uma: eu já sabia que quando seu time “marca” ao invés de gritar como fazemos no Brasil a gente educadamente aplaude. O que eu ainda não sabia é que também se aplaude quando o adversário marca. Depois ainda dizem que é um esporte de brutos.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Por essa razão escrevo

"Quando tudo parece sem saída sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo."
(Caio Fernando Abreu)


Sabe quando você consegue um emprego novo, ou quando começa a namorar, e sente aquela vontade de pegar o telefone e ligar para a a melhor amiga (ou amigo)? Ou então quando vai ao médico e ouve o coração do seu bebê bater pela primeira vez? Ou quando no mesmo dia consegue ver o bebê pelo ultrasom e saber finalmente se o que cresce dentro de você é um menino ou menina? Sabe? Eu não sei.

Mas não sinta pena de mim.

Podia usar como desculpa o fato de estar em Dublin há praticamente 2 anos e conhecer pouquíssimas pessoas. Mas não é verdade. Primeiro porque eu conheço sim pessoas de quem eu gosto e confio, e para quem eu poderia ter ligado. Segundo, que se você já é meu amigo há um certo tempo aposto que não consegue se lembrar de ter recebido um telefonema meu (ever). Isso porque além de desprovida da habilidade de me comunicar de qualquer forma que não seja por escrito, eu tenho um certo pavor de telefone. Me sinto até mal quando toca. Ligar para alguém, assim, sem nada específico (e importantíssimo para a outra pessoa) para falar, acho sinceramente que nunca fiz.

Engraçado é que quando criança eu falava pela boca e pelos cotovelos. Comecei cedo (por volta dos 7 ou 8 meses) e era do tipo que realmente incomodava as pessoas ao redor com tanto falatório. Pelo menos é o que dizem.

Depois, não sei obviamente identificar o momento exato em que isso aconteceu, virei a crianca nerd que eu fui. Ouvia os Beatles enquanto as meninas gostavam mesmo era do Menudo. E quando todo mundo sonhava em ir pra Disney eu queria conhecer a Inglaterra, pra visitar Liverpool e Londres (e principalmente a National Gallery de Londres). Eu brincava sozinha de "bibliotecária", e acredite eu lia a Barsa (afinal, nasci bem antes da Wikipedia)

Eu não me lembro muito bem de me sentir sozinha ou me isolar nessa época, mas não é difícil de se imaginar que eu não tinha muito em comum com as outras crianças.

Na adolescencia as coisas só "pioraram". O Radiohead virou minha banda preferida, eu lia Caio Fernando Abreu e Edgar Allan Poe, gostava de História, ia ao cinema no Espaço Unibanco, e passava boa parte do meu tempo livre lendo. Enquanto as amigas assistiam e comentavam o Disk MTV, eu assistia mesmo era o Lado B (que naquela época passava bem tarde da noite, praticamente de madrugada, aos domingos). Com o tempo o mundo das outras pessoas (pelo menos as que eu conhecia), e o que elas tinham a dizer, passou a não me interessar mais e vice-versa. E para me proteger, tinha sempre o walkman (mais tarde trocado por um walkman CD e anos depois pelo primeiro iPod) ligado e um livro na mão, no caso de alguém tentar puxar assunto comigo. Troquei o telefone pelos diários e segui minha vida.

E assim os anos se passaram. Mas todo mundo cresce e eu tambem cresci. Hoje, olhando de longe eu até pareço normal. Não tenho a mesma arrogância de anos atrás (ainda aparento ter, mas é timidez). O Radiohead continua dominando meu iPod, mas divide espaço com música pop de qualidade duvidosa. Caio Fernando Abreu ainda leio sempre, mas leio também a Cecilia Ahern e o Dan Brown. Assisto um monte de lixo na TV e sinto falta, quem diria, de assitir novela. E mais do que tudo, quando passo assim muito tempo quietinha sinto falta de gente. Quem disse que "ninguém é uma ilha" tinha razão.

Mas nem isso me fez mudar, ou melhor, criar o hábito de telefonar para as pessoas. E sabe de uma coisa? Tudo bem. Eu sou feliz assim.

O grande problema, e a razão de eu estar escrevendo sobre isso, é que na semana passada eu não consegui postar nada aqui no blog. Por duas razões: no trabalho uma correria insana, em casa sem computador. Aí fiquei meio louca, andava mais elétrica e estressada do que de costume, sem dormir bem e com uma sensacão ruim de que me faltava algo essencial.

Percebi assim meio que sem querer, que o blog é a minha válvula de escape. É o que me mantém com o mínimo de sanidade mental de que eu preciso. É o meu jeito de telefonar para todo mundo que eu gosto e contar minhas novidades, e de saber como anda a vida dos outros (de quem eu já aprendi a gostar) também.

E que falta incrível eu senti de tudo isso nessa última semana.

N.

domingo, novembro 07, 2010

The One


Encontramos o apartamento que a gente queria. Do jeitinho que a gente queria.

Na verdade quem encontrou foi I., que desde o início vinha passando mais tempo no daft do que eu (para quem não mora na Irlanda o daft é o site de oferta e procura de imóveis mais famoso por aqui). A diferença entre o house hunting style dele e do meu é que eu basicamente escolhia pelas fotos, enquanto ele levava em consideração também a localização e outra tecnicalidades. 

Por eu trabalhar na zona norte e estarmos procurando na zona sul, ele também acabava tendo a hora de almoço para ver os apartamentos enquanto eu não podia fazer o mesmo. Quando ele achava que valia a pena acabava marcando horário para um segundo viewing  para que eu pudesse ver também.

Com esse foi diferente. I. viu o apartamento na quarta, no horário de almoço e quando disse para a proprietária que estava interessado e queria que eu desse minha opinião ela comentou que já tinha muita gente para vê-lo naquela tarde. Com medo de perder uma ótima oportunidade ele decidiu dar o ok na hora, fazendo uma oferta. Naquela mesma tarde ele mandou as cartas de referência dele (do trabalho e do proprietário do apartamento onde a gente mora hoje) e comentou que eu ia precisar pedir uma para meu chefe também.

A princípio não gostei muito da idéia de ele escolher o apartamento sozinho. Mas ele me garantiu que era perfeito, que eu ia adorar, e prometeu que se eu não gostasse, a palavra final seria minha.  Vi as fotos no site, achei até bonitinho, mas ele insistiu que as fotos não eram boas. 

Na quinta de manhã mandei minha carta de referência e a tarde I. ligou dizendo que tínhamos conseguido o negócio. Marcamos de ver o apartamento no sábado quando ele pagaria o depósito e assinaria o contrato de locação. 

Uma das razões por eu ter ficado tranquila com a decisão, foi a localização. Ficar em Ballsbridge era nossa primeira opção mesmo, e eu adoro os arredores do apartamento, pertinho do Herbert Park e do Aviva Stadium.  I. continuaria perto do trabalho e eu não estaria longe do centro e muito menos no meio do nada. 

De cara adorei a rua, e o condomínio (esse aí da foto), bem cuidado, cheio de verde. O prédio também é uma graça, bonito e limpo, não é moderno mas sem cara de velharia, e o mais importante, com elevador, já que o apartamento fica no segundo andar. 

O apartamento em si, como eu já disse, era tudo o que a gente queria. Dois quartos, dois banheiros (um  na suíte e um com banheira), uma sala que nos permite pelo menos receber um ou dois casais de amigos,  e onde bate sol, quem diria. A cozinha está longe de ser espaçosa, mas é perfeita para nós dois (com geladeira grande). O lugar todo é bem decorado e cheio de armários e prateleiras, e espaço para eu não enlouquecer tentando organizar as coisas.  

Saí de lá com a sensação de que a gente não poderia ter encontrado coisa melhor e já contando os dias para a mudança. 

E que a gente seja tão feliz lá como na Waterloo Road, de onde eu já sinto saudades. 

N.

sábado, novembro 06, 2010

O devido crédito


A primeira semana de novembro praticamente já terminou e eu não consegui escrever nadica de nada. Não por falta de idéias ou vontade de escrever. Tenho posts mentalmente escritos, dois começados no computador do trabalho e outros três ou quatro no caderno que fica ao lado da minha cama. Acontece que eu voltei a trabalhar.

Não que eu tenha parado de trabalhar. Mas voltei a trabalhar com vontade.  Por duas razões basicamente. A primeira é que já não sinto mais o cansaço de início de gravidez. Aliás, o que foi aquilo? Que a gente fica muito cansada no final, com o peso e desconforto da barriga eu já até tinha ouvido falar. Mas que eu me sentiria a beira da exaustão durante todo o dia, por cerca de 3 meses no início, para isso ninguém me preparou.

A segunda é que desde o mês passado eu passei a ganhar mais. Nem sei direito o porquê. Mas como eu reclamei aqui também quis deixar claro agora que as coisas melhoraram.

O fato é que no final de setembro, no dia do pagamento, meu chefe me chamou na sala dele e me pediu pra sentar. Achei claro que ele me mandaria embora. Enquanto ele preenchia um cheque (é sempre ele que preenche os cheques dos funcionários e depois sai distribuindo-os de mesa em mesa) me disse que por alguma razão (que ele não sabia explicar direito) meu payslip não havia sido emitido. Aparentemente N. (que cuida do RH e só aparece por lá uma ou duas vezes por semana) tinha esquecido de imprimir o meu. Ele me pediu desculpas e disse que eu receberia meu cheque normalmente e que pediria meu payslip na semana seguinte. Me disse ainda que caso houvesse alguma diferença no valor acertariam também durante a semana.

Ao voltar a minha sala abri o envelope e percebi que meu cheque era mais alto do que deveria. Nem que eu tivesse trabalhado todas as 160 horas do mês (eu faltei várias vezes naquele mês em que descobri estar grávida), com o meu salário por hora, e sem desconto de taxas, o valor não batia.

Na segunda-feira ele me entregou o payslip que batia com o valor que eu tinha recebido. Continuei sem entender. E pela primeira vez o mês terminou antes do meu salário (só lembrando, eu ainda não ganho nenhuma fortuna, não, mas I. paga aluguel e todas as contas, sobrando para mim só as compras de supermercado do dia-a-dia mesmo).

A última sexta-feira de outubro chegou e com ela meu dia de pagamento. Estava com medo antes de abrir meu envelope achando que eles abateriam a diferença do mês anterior e eu voltaria ao meu salário miserável. Além disso, com uma gripe maldita, passei praticamente mais de uma semana inteira em casa e achei que esses dias seriam descontados do meu pagamento. Achei até que ficaria devendo dinheiro pra eles.

Para minha surpresa, cheque e payslip de novo batendo com o do mês anterior.

Aí que juntando as duas coisas, na última semana eu trabalhei como deveria. Isso quer dizer que não ignorei mais os e-mails que invadem a minha caixa postal contendo somente um monte de diploma e certificado escolar. Agora eu respondo a esses e-mails perguntando educadamente para o indivíduo (que aparentemente não sabe que eu não tenho bola de cristal) que curso ele gostaria de fazer.

Eu também respondo aos e-mails que vêm de Gana com application forms de alunos que querem estudar Inglês em Dublin. Afinal de contas eles ignoram não "sabem" que sendo inglês a língua oficial de Gana eles não conseguiriam visto do governo Irlandês.

Eu até respondo os e-mails de brasileiros que insistem em escrever em inglês com a "ajuda" do google translator mesmo sabendo que eu falo português.  Claro, eles não sabem que fica difícil entender o que eles querem na maioria das vezes.

Enfim, eu nunca me senti tão bem no trabalho como na última semana. E para melhorar, segunda vou tirar o dia off para ir ao médico*.

Feliz fim-de-semana prolongado pra mim!

N.

* para tanto trabalhei em dobro na sexta-feira para deixar tudo em ordem. 

terça-feira, novembro 02, 2010

Balanço anual

Em outubro do ano passado criei uma meta pessoal de assistir pelo menos 50 filmes, e ler ao menos 15 livros no periodo de um ano (entre outras cem coisas). Como há muito tempo eu não guardo mais ticket de cinema no diário, e a maioria dos filmes eu acabo assistindo em casa mesmo (I. baixa no computador, que automaticamente está ligado a TV e dá pra assistir por ela), resolvi criar uma lista aí do lado no blog, para eu saber o que tinha assitido e lido. 
Passado esse ano vou reiniciar a lista e resolvi postar a do ano anterior, só para meu controle interno mesmo, porque eu gosto de keep things on track (coisa de gente control freak e desmemoriada como eu).
Pensei em aumentar as metas para o próximo ano, mas acho que com o babóg a caminho eu estaria sendo muito otimista, o que convenhamos, eu não sou.
N.
PS.: Foram 69 filmes e 21 livros no ano em que eu casei duas vezes, engravidei e encontrei trabalho.

Filmes:

  • Eat Pray Love
  • The Switch
  • The Social Network
  • Robin Hood
  • Knowing
  • El Secreto De Sus Ojos
  • Linha De Passe
  • Luftslottet som sprängdes (The Girl Who Kicked The Hornet's Nest)
  • The Prestige
  • Inception
  • Toy Story 3
  • Sex And The City 2
  • Splice
  • Toy Story 2
  • Blindness
  • Anchorman: The Legend Of Ron Burgundy
  • Flickan Som Lekte Med Elden (The Girl Who Played With Fire)
  • Hachiko: A Dog's Story
  • Death At The Funeral (original version)
  • Pet Sematary
  • Män som hatar kvinnor (The Girl With The Dragon Tattoo)
  • Case 39
  • The 40 Year Old Virgin
  • The Kite Runner
  • Leap Year
  • Iron Man 2
  • Dear John
  • Sweeney Todd - The Demon Barber Of Fleet Street
  • My Fair Lady
  • An Education
  • Alice In Wonderland
  • Shutter Island
  • Iron Man
  • The Bounty Hunter
  • The Notebook
  • The Blind Side
  • Kick-Ass
  • Green Zone
  • Invictus
  • El Laberinto Del Fauno
  • The Lovely Bones
  • Two Weeks Notice
  • Sherlock Holmes
  • Law Abiding Citizen
  • Wallace & Grommit: The Curse Of The Were-Rabbit
  • My Sister's Keeper
  • The Time Traveler's Wife
  • Jean Charles
  • The Curious Case Of Benjamin Button
  • The Taking Of The Pelham 123
  • Nowhere Boy
  • The Ugly Truth
  • Avatar
  • Where The Wild Things Are
  • 2012
  • Os Normais 2 - A Noite Mais Maluca de Todas
  • The Hurt Locker
  • The Proposal
  • Paranormal Activity
  • Ice Age 3
  • Julie & Julia
  • Sense and Sensibility
  • Inglorious Basterds
  • Zombieland
  • Looking For Eric
  • The Orphan
  • Year One
  • GI-Joe
  • Away We Go
Livros:
  • Eat Pray Love (Elizabeth Gilbert)
  • Nemesis (Agatha Cristie)
  • One Day (David Nicholls)
  • An Education (Lynn Barber)
  • The Girl Who Kicked The Hornets' Nest (Stieg Larsoon)
  • The Girl Who Played With Fire (Stieg Larsson)
  • The Girl With The Dragon Tatoo (Stieg Larsson)
  • Sushi For Beginners (Marian Keyes)
  • 1808 (Laurentino Gomes)
  • Murder In Mesopotamia (Agatha Christie)
  • Passanger to Frankfurt (Agatha Christie)
  • Os Espiões (Luis Fernando Verissimo)
  • Através Do Espelho (Jostein Gaarder)
  • O Pequeno Principe (Antoine de Saint-Exupéry)
  • Dom Casmurro (Machado de Assis)
  • The Tales Of Beedle The Bard  (JK Rowling)
  • A Pocket Full Of Rye (Agatha Christie)
  • Estranhos Estrangeiros (Caio Fernando Abreu)
  • The Book of Tomorrow (Cecelia Ahern)
  • The Lovely Bones (Alice Sebold)
  • The Time Traveler's Wife (Audrey Niffenegger)