"The amount of happiness that you have depends on the amount of freedom you have in your heart"
. Thich Nhat Hanh .
O dilema na verdade não é esse, já que casar eu já casei, e comprar uma bicicleta seria perda de dinheiro já que eu não sei pedalar.
Mas antes do dilema real, vale uma pequena explicação: Me casei com um gringo, mas ele não é rico. Tudo bem, porque o amo mesmo assim. Ele é diretor de criação (soa posh), mas não ganha uma fortuna. Tudo bem, ele faz o que gosta (mais ou menos), e isso é o que importa. Temos um carro, mas é velho. Tudo bem porque eu não dou a mínima para o status que acompanha um carro. Moramos numa área bem bacana de Dublin (de novo, soa posh), mas é num apartamento pequeno e alugado. Tudo bem, pelo menos por enquanto, porque não precisamos mesmo de muito espaço e a localização praticamente não podia ser melhor. Se ganhássemos na loteria (porque só assim mesmo) seria aqui que compraríamos uma casa.
Como só ele trabalha, levamos uma vida confortável mas sem luxos. Jantares fora ficam reservados para ocasiões especiais. Por mim, tudo bem, I. cozinha nos finais-de-semana, e cozinha muito bem. Pints com amigos, cinema, e coisas do tipo, que é o que a gente mais gosta de fazer mesmo, ficam para os fins-de-semana, mas nem sempre dá para fazer tudo. De novo, tudo bem. Eu sempre gostei de ficar em casa mesmo. Abrimos uma garrafa (ou duas) de vinho, assistimos a um filme e meu sábado à noite fica do jeito que eu gosto.
Mesmo com tudo bem, a conclusão óbvia é que as coisas estariam melhores se eu estivesse trabalhando.
Será mesmo? Os três últimos dias da semana passada me provaram o contrário.
Não que isso seja uma escolha só minha nesse momento. Continuo tentando arrumar um emprego. Eles é que parecem não querer nada comigo até agora. Mas ao contrário do que eu achava, não tem sido de todo ruim a minha vida de dona-de-casa.
Realmente não tenho dinheiro para fazer compras e coisas do tipo. Há tempos não sei o que é voltar para casa cheia de sacolas com coisas que não tenham sido compradas no supermercado. Não vou ao cabeleireiro e à manicure toda semana. Mas antes eu podia fazer tudo isso e não era exatamente feliz.
O que tenho, de sobra, é tempo para mim.
Num mundo perfeito, ou num filme com a Meg Ryan e o Tom Hanks, eu teria um emprego que eu amasse, que pagasse bem, e preferencialmente de meio-período.
No meu mundo real fico aqui pensando se continuo mandando CV's a torto e a direita, para empregos que eu realmente não quero, ou se relaxo e espero alguma coisa razoável, pelo menos, aparecer.
Pelo menos por hoje escolhi a segunda opção. Amanhã é outro dia.
N.
4 comentários:
Nivea...se te serve de consolo...eu estou na mesma situação...mando mais de 50 CVs por dia...e até agora nada...eu estou procurando exatamente uma coisa que se encaixe, no que eu quero...e não no que eles estão oferecendo...infelizmente devido ao meu ultimo probleminha de saude, e falta do que fazer aqui, e falta de um emprego decente...to cogitando voltar pra minha casa, que eu tenho no Brasil, para meus animais de estimação, minha familia...to começando achar que 1 ano e 3 meses aqui ja esta sendo suficiente para provar para mim, o que eu estou tendo certeza apenas agora...saudades do meu Brasil...serio...se algo interessante não me acontecer nos pproximos 30 dias...vo-a-lá...terrinha me aguarda...abração...e obrigado pela companhia...
Eu também, to po aqui curtindo um certo ócio e só penso em trabalhar quando achar algo legal. Cheguei a conclusao que eh bom ter esse intervalo pra passar mais tempo comigo mesma e me redescobrir.
Enjoy
Se eu fosse você não entraria de cabeça no ócio, nem me desesperaria por causa de emprego, aproveitaria o tempo pra fazer um curso, de qualquer coisa que te interesse , isso faria com que você não se sentisse parada no tempo, saca?
Quando eu estava grávida a sensação que eu tinha era que a vida estava passando e eu só comendo e dormindo...hahaha
Mas com certeza, não aceitaria qualquer coisa não, esperaria aparecer um job legal !
Concordo com o que a Karine disse. Tente fazer um curso, mas de algo que seja totalmente voltado ao seu lazer. Sei lá, dança, pintura, modelismo, cinema... Eu padeço justamente do contrário (assim como a maioria): Falta de tempo pra fazer o que eu gosto, pra ler meus livros, pra ver uns 20 DVDs que comprei e ainda não assisti. Enfim. Não bastasse o trabalho que me deixa pouco tempo livre, os FDS que são totalmente sem atividades eu acabo pegando estrada e viajando até minha mãe ou minha sogra. E esse lance de estar longe de casa (o meu não é tão longe, mas não é onde cresci e pronto) com o tempo cansa e dá vontade de voltar... mas quando nos surgem esses sentimentos normalmente a gente só lembra das coisas boas. Então se volta e começa a conviver de novo com o que nossa "terra" tem de ruim, aí a gente saudade do lugar que a gente estava. Enfim, fácil não é! hehehe
bjos
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