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segunda-feira, maio 31, 2010

101 Coisas em 1001 Dias


Postei isso originalmente em outubro do ano passado, mas o layout estava estranho e não consegui arrumar.  Como finalmente terminei a lista, resolvi postar novamente:

A idéia, que não é minha (copiada de um blog que eu não me lembro), é completar 101 metas no período de 1001 dias . As tarefas precisam ser específicas, realistas, mensuráveis e exigir algum esforço, mesmo que pequeno. Não completei a lista, mas vou postar mesmo assim e ir alterando conforme necessário.

Início: 01 de Outubro de 2009 (quinta-feira)
Término: 27 de Junho de 2012 (quarta-feira)


Período: 2 anos, 8 meses e 27 dias




  1. Parar de fumar
  2. Manter meu peso em ordem [fico feliz com uns 66-68 kilos]
  3. Me casar [data marcada: 12.02.10]
  4. Engravidar
  5. Ganhar um cachorro
  6. Passar pelo menos um Natal no Brasil
  7. Doar sangue ao menos uma vez
  8. Tirar os dois últimos dentes do siso
  9. Fazer uma feijoada
  10. Viajar com I. para o Nordeste do Brasil
  11. Viajar com I. para o Rio e Búzios
  12. Conhecer o México
  13. Conhecer Paris
  14. Conhecer Portugal
  15. Conhecer alguns países do leste europeu
  16. Assistir todas as temporadas de House que forem lançadas até o final do projeto
  17. Assistir todas as temporadas de 24 que forem lançadas até o final do projeto
  18. Assistir todas as temporadas de Lost que forem lançadas até o final do projeto
  19. Assistir todas as temporadas de 30 Rock que forem lançadas até o final do projeto
  20. Assistir todas as temporadas de True Blood que forem lançadas até o final do projeto
  21. Ir a uma festa a fantasia
  22. Fazer uma coisa inesperada (aulas de dança em 2010)
  23. Voltar a estudar (pós-graduação ou outro curso universitário)
  24. Aprender Espanhol
  25. Aprender Francês
  26. Ler ao menos 15 livros por ano [a lista desse primeiro ano está ao lado]
  27. Participar de um Book Club
  28. Assistir ao menos 50 filmes por ano
  29. Assistir um show de uma banda ou artista que eu goste muito (Paul McCartney - Dublin - 20.12.09)
  30. Assistir mais uma vez um jogo do São Paulo no Morumbi
  31. Ir mais uma vez ao Masp
  32. Comer um sanduiche de mortadela no Mercado Municipal de São Paulo
  33. Adotar uma cartinha dos Correios para o Papai Noel
  34. Fazer uma nova tatuagem [pequena e discreta]
  35. Fazer uma atividade física regular, por pelo menos 3 meses seguidos
  36. Usar creme anti-rugas e com proteção solar, todos os dias, por pelo menos 3 meses seguidos
  37. Usar creme anti-celulite, todos os dias, por pelo menos 3 meses seguidos
  38. Manter as unhas feitas
  39. Mudar para uma casa maior
  40. Decorar essa casa
  41. Cultivar um jardim
  42. Fazer um curso de fotografia
  43. Estudar História da Arte
  44. Montar album de fotos da Irlanda
  45. Montar álbum de fotos de Liverpool
  46. Montar álbum com fotos do meu casamento
  47. Montar álbum de fotos da minha lua-de-mel
  48. Postar alguma coisa no blog pelo menos uma vez por semana
  49. Comprar um livro grande de receitas (Nigella Express 29/05/2010)
  50. Comprar um livro de receitas brasileiras
  51. Passar no meu exame de teoria para dirigir
  52. Aprender a dirigir
  53. Tirar minha carteira de motorista
  54. Arrumar um novo emprego
  55. Renovar meu passaporte
  56. Mudar todos os meus documentos para o meu nome de casada
  57. Transferir meu título de eleitor para Dublin
  58. Quitar minhas dívidas
  59. Tirar meu CPE [Certificate of Proficiency in English – Cambridge University]
  60. Tirar um certificado para dar aulas de inglês na Irlanda ([ICELT, CELTA, whatever]
  61. Viajar de carro pelo sul da França
  62. Visitar o Louvre
  63. Viajar pela América do Sul
  64. Reler 'Dom Casmurro'
  65. Reler 'O Pequeno Principe'
  66. Comprar uma arvore de Natal
  67. Andar descalça na areia da praia
  68. Ver um pôr-do-sol
  69. Não usar tênis ou sapato por 3 dias seguidos
  70. Tomar banho de chuva [intencionalmente!]
  71. Escrever uma carta de amor
  72. Dar um presente para alguém, sem motivo específico
  73. Mandar cartões de aniversário, natal e ocasiões importantes para quem eu gosto
  74. Montar uma coleção com todos os livros da Agatha Christie
  75. Escolher as 60 fotos do meu album de casamento
  76. Fazer um novo amigo ou amiga
  77. Fazer uma boa ação, mesmo que muito, muito pequena
  78. Mandar lavar meu vestido de noiva
  79. Visitar a Guinness Storehouse
  80. Visitar a The Old Jameson Distillery
  81. Visitar o Museu de Arte Moderna de Dublin
  82. Visitar o Decorative Arts & History Museum em Dublin
  83. Ver o acervo do Museu de História Natural de Dublin (29/05/2010)
  84. Guadar 10% do meu salário - no mínimo
  85. Mandar algum dinheiro para minha mãe, regularmente
  86. Ligar para minha mãe todas as semanas
  87. Fazer trabalho voluntário (início em maio/2010)
  88. Ser capaz de fazer um prato muito bem feito
  89. Encontrar uma boa depiladora em Dublin
  90. Encontrar um cabelereiro
  91. Escrever e enviar aquelas cartas pra I-know-who
  92. Visitar de novo a National Gallery of Ireland (abril ou maio/2010)
  93. Comprar um presente bem legal para I. (uma coisa q ele queira muito)
  94. Colocar uma foto do meu casamento num porta retrato em casa
  95. Testar uma receita nova, pelo menos uma vez por mês
  96. Começar a tomar algum tipo de vitamina (março/2010)
  97. Procurar um ginecologista em Dublin e trocar meu anticoncepcional
  98. Mandar gravar nossos nomes nas alianças de casamento
  99. Organizar num álbum todas as minhas 'lembranças' de casamento
  100. Terminar essa lista



N.

Aquele do último dia do mês

O domingo foi-se embora e levou todo meu mal humor com ele. Os sinais de uma gripe iminente também desapareceram misteriosamente. 

Fosse eu macumbeira ou supersticiosa, ou qualquer coisa do tipo, estaria agora procurando me benzer porque meus últimos domingos foram dias de cão. 

Honestamente, não sei nem como eu me aguentei o dia todo. I. ter me aturado então, é absolutamente inexplicável. Reclamei o dia todo por não ter nada para fazer, e recusei todas as idéias que ele teve para me entreter. Quando ele desistiu de fazer alguma coisa comigo e passou horas no computador, eu chorei (pouco, se é que isso serve em minha defesa), briguei com ele e acabei dormindo. Depois acordei melhor. 

No final do dia, depois do jantar, fiz um esforço para assistir um filme com ele e não me arrependi (a versão inglesa, original, de Death At The Funeral). Dei muita risada e acabei dormindo muito bem depois.

Hoje o dia pareceu curto para tudo o que eu tinha para fazer. Acordei cedo, fui ao mercado e passei boa parte da manhã na cozinha picando legumes para o molho bolonhesa que ainda está no fogo e cheira muito bem. 

Depois fui fazer depilação, o que significou deixar a limpeza da casa para amanhã, e me rendeu uma boa caminhada num dia lindo de sol. 

Agora para celebrar minha segunda-feira, e o final de um dos meses mais longos da minha vida, vou tomar uma taça de vinho e assistir um episódio (na verdade dois) de Friends na TV enquanto espero Mr. Sorensen para o jantar.

N.

domingo, maio 30, 2010

O último fim-de-semana de maio

Aproveitei o sábado para voltar a usar minha câmera, meio esquecida desde que Dublin deixou de ser o lugar onde estou morando para virar o lugar onde eu moro. 

Num dia meio escuro e chuvoso, com poucos turistas na rua, I. e eu fomos ao Museu de História Natural,  na Merrion Square, que esteve fechado por um bom tempo (pelo menos desde que eu cheguei aqui). Eu queria ir faz muito tempo, I. esteve lá pela última vez quando ainda era criança.

Mesmo muito menor do que o de Londres (um dos lugares que eu mais gosto na cidade) ainda vale a pena, mesmo que só para ver o esqueleto de um Giant Irish Deer (melhor o nome em inglês, né?), logo na entrada, com chifres gigantescos, que viveu na Irlanda há uns 200 anos atrás apesar de parecer um animal pré-histórico. 

O tamanho de outros animais empalhados também nunca deixa de me surpreender. Assim como o número de crianças que frequentam esses lugares aqui na Europa. 

Depois disso minha procura por uma pashmina para usar no meu casamento se mostrou, como eu já esperava, totalmente inútil.  

Mais sorte eu dei na compra dos ingredientes do bolo prestígio que (a pedidos) vou fazer durante a semana. Só espero que o forno de casa, que nem sempre coopera, ajude. 

Almoçamos na Lemon, o que é sempre bom e seguimos para a Hodges Figgs, a maior livraria de Dublin (e também a que eu mais gosto). I. levou cinco minutos para escolher o livro de ilustrações que queria e cinquenta esperando para que eu me decidisse entre dois livros de receita da Nigella Lawson e o romance The Book Thief. Escolhi um dos livros de receitas porque estou cheia de romances em casa para ler.

Voltamos para casa no finalzinho da tarde, mas não sem antes uma paradinha no Waterloo para reabastecer.


Como os planos de night out foram cancelados, ficamos em casa com vinho, pizza e a final do Eurovision. 

Hoje, dia de sol lá fora, mas meu humor não anda lá essas coisas. TPM a caminho e muito provavelmente uma gripe também. 

I. limpa camarões e lulas para o jantar e eu vou mesmo é me ajeitar no sofá com The Girl Who Played With Fire, só esperando por uma semana boa.

N.



sexta-feira, maio 28, 2010

O Eurovision e o meu lado gay

Eurovision Song Contest é um concurso anual de canções que conta com a participação de vários países, quase todos europeus (o que Israel, por exemplo, está fazendo lá eu não sei). Cada país, através de uma rede de televisão, escolhe seu representante e sua música. As semi-finais e a final são transmitidas ao vivo, do país vencedor do ano anterior (esse ano acontece em Oslo, na Noruega), e são vistas por milhões e milhões de pessoas, responsáveis por escolher o país vencedor. Todo país participante vota, mas não pode votar em si mesmo.

Além de ser um dos programas de televisão mais antigos do mundo (desde 1956), e de ter uma audiência que só não é maior do que eventos esportivos, é na minha opinião o show mais gay da TV. Mais do que Miss Universo. Bem mais.

Numa das semifinais exibidas ontem, por exemplo, os representantes da Lituânia (5 homens, desconfio eu, todos homossexuais) terminaram sua apresentação dançando de camisas brancas, gravatas e micro shorts de paetês. Um luxo. Infelizmente não foram selecionados para a final. 

Eu, "a gay man trapped in a woman's body", de acordo com meu próprio marido, e Cláudia de carteirinha, ADORO. Só não vou assistir a final ao vivo amanhã a noite porque vamos sair. Mas vai ficar gravando para quando eu chegar em casa.

É brega também, devo admitir.  Para se ter uma idéia, todas as apresentações têm muito brilho, mulheres com cabelos e vestidos enormes e esvoaçantes, muita coreografia cafona, fantasias. E música pop, sem muita relevância, com títulos do tipo "Life Looks Better In Spring" (Chipre, que está na final), mas que não sai da cabeça. Eu estou até agora cantarolando mentalmente o refrão "Shá-La-Lie, Shá-La-La" da Holanda. Ou seja, é uma delícia, mesmo quando é ruim.

Tem talento também, de vez em quando. O ABBA ganhou em 1974 com Waterloo. A Celine Dion (que eu não gosto, mas sabe cantar) ganhou em 1988 representando a Suíça, em francês.

O mais legal no entanto, é a torcer pelo seu país, como se fosse uma Copa do Mundo.  Eu que do Brasil só via os vídeos vencedores no youtube me vi ontem roendo as unhas na hora dos resultados, ansiosa para ver a Irlanda na final, que aliás é o país que mais vezes ganhou o Eurovision, com 7 vitórias.

Quem representa a Irlanda esse ano é uma cantora chamada Niamh Kavanagh (o primeiro nome pronuncia-se Niv, igual meu apelido) , com a música "It's For You". Ela já ganhou uma vez, na década de 90.

Eu achei a música bonitinha, mas para falar a verdade, com muito mais gay-factor, acho que quem leva esse ano é a Dinamarca.

N.

p.s. Looking forward to my weekend!!

quinta-feira, maio 27, 2010

Todo o tempo do mundo

"O tempo que temos, se estamos atentos, será sempre exato"
. Caio Fernando Abreu .

Eu sempre gostei da frase acima, e ela sempre fez sentido pra mim, quando eu tinha pouco ou quase nenhum tempo livre. Engraçado é que hoje ela ainda me diz muita coisa, mesmo numa situação totalmente oposta. 

Como eu escrevi no post anterior, o que eu tenho de sobra agora é tempo livre. Isso não quer dizer que eu esteja absolutamente entendiada, nem que eu passe o dia vendo TV (concordo com a K., que comentou no post, que se estivesse fazendo isso estaria mesmo me sentindo péssima). Também não quer dizer que eu possa fazer tudo o que eu tenho vontade, pois ainda existe a restrição do dinheiro. Sair para fazer compras, por exemplo, totalmente fora de cogitação. 

Por enquanto ainda também não dá para voltar a estudar. Todos os cursos que a princípio me interessariam são caros. Com dois casamentos no mesmo ano, ou melhor, dentro de um período de 5 meses, não há marido assalariado que consiga bancar. Quer dizer, deve haver, mas não é o meu.  E também para fazer qualquer coisa, só porque custa pouco, eu prefiro ficar em casa. 

Preencher o meu dia então exige um certo talento, que olha só, eu descobri que tenho. Em primeiro lugar, porque não vejo problema nenhum em aproveitar da minha própria companhia. Em segundo, porque eu tenho muito menos ética protestante do que tradição greco-romana. Ou seja, sou admitidamente fã do ócio-criativo ao invés do trabalho duro.

Morar em Dublin também facilita minha vida. Quase sempre que o tempo permite, e diga-se de passagem ultimamente os dias de sol têm até me surpreendido, saio para caminhar. Olho a paisagem, as pessoas na rua, a arquitetura. Vou ver o movimento no centro. Ou dou uma corrida pelo canal, ao lado de casa, para me exercitar.

Na terça foi assim que passei praticamente minha manhã toda. Na Merrion Square, com um livro como companhia. Li, escrevi, almocei, vi crianças de escola brincando. Na volta para casa, horas na internet tentando escolher flores para meu buquet de noiva. Prender o cabelo ou não. E-mails para a sogra de férias na Espanha. Devo usar véu? 

Antes disso, na segunda, doei um pouco do meu tempo e comecei um trabalho voluntário na St. Ann's Church. Conheci pessoas e saí de lá leve, leve. 

Na quarta, estudei espanhol e francês. Sozinha, pelo Rosetta Stone. Comecei a assistir uma temporada nova de House. Pratiquei meus passos de salsa. 

Hoje, ainda aproveitando uma manhã linda de sol, distribui CV's nas escolas de inglês, onde eu toparia um trabalho de recepcionista ou secretária tranquilamente. Também fiz uma hora de bicicleta ergométrica. Cozinhei.

Todos os dias ainda dei conta de todas as tarefas de casa, de ler as revistas que eu leio normalmente, as notícias na internet, pôr minha vida virtual em dia (com e-mails respondidos e devidamente deletados). Tirei sonecas após o almoço. Estudei para o meu exame de motorista. Fiz planos.

E no final do dia ainda é como se não tivesse dado tempo de fazer tudo.

Minha ocupação atual? Ser feliz.

N.

Caso ou compro uma bicicleta?

"The amount of happiness that you have depends on the amount of freedom you have in your heart"
Thich Nhat Hanh . 

O dilema na verdade não é esse, já que casar eu já casei, e comprar uma bicicleta seria perda de dinheiro já que eu não sei pedalar. 

Mas antes do dilema real, vale uma pequena explicação: Me casei com um gringo, mas ele não é rico. Tudo bem, porque o amo mesmo assim. Ele é diretor de criação (soa posh), mas não ganha uma fortuna. Tudo bem, ele faz o que gosta (mais ou menos), e isso é o que importa.  Temos um carro, mas é velho. Tudo bem porque eu não dou a mínima para o status que acompanha um carro. Moramos numa área bem bacana de Dublin (de novo, soa posh), mas é num apartamento pequeno e alugado. Tudo bem, pelo menos por enquanto, porque não precisamos mesmo de muito espaço e a localização praticamente não podia ser melhor. Se ganhássemos na loteria (porque só assim mesmo) seria aqui que compraríamos uma casa. 

Como só ele trabalha, levamos uma vida confortável mas sem luxos. Jantares fora ficam reservados para ocasiões especiais. Por mim, tudo bem, I. cozinha nos finais-de-semana, e cozinha muito bem. Pints com amigos, cinema, e coisas do tipo, que é o que a gente mais gosta de fazer mesmo, ficam para os fins-de-semana, mas nem sempre dá para fazer tudo. De novo, tudo bem. Eu sempre gostei de ficar em casa mesmo. Abrimos uma garrafa (ou duas) de vinho, assistimos a um filme e meu sábado à noite fica do jeito que eu gosto. 

Mesmo com tudo bem, a conclusão óbvia é que as coisas estariam melhores se eu estivesse trabalhando. 

Será mesmo? Os três últimos dias da semana passada me provaram o contrário. 

Não que isso seja uma escolha só minha nesse momento. Continuo tentando arrumar um emprego. Eles é que parecem não querer nada comigo até agora. Mas ao contrário do que eu achava, não tem sido de todo ruim a minha vida de dona-de-casa. 

Realmente não tenho dinheiro para fazer compras e coisas do tipo. Há tempos não sei o que é voltar para casa cheia de sacolas com coisas que não tenham sido compradas no supermercado. Não vou ao cabeleireiro e à manicure toda semana. Mas antes eu podia fazer tudo isso e não era exatamente feliz. 

O que tenho, de sobra, é tempo para mim. 

Num mundo perfeito, ou num filme com a Meg Ryan e o Tom Hanks, eu teria um emprego que eu amasse, que pagasse bem, e preferencialmente de meio-período. 

No meu mundo real fico aqui pensando se continuo mandando CV's a torto e a direita, para empregos que eu realmente não quero, ou se relaxo e espero alguma coisa razoável, pelo menos, aparecer. 

Pelo menos por hoje escolhi a segunda opção. Amanhã é outro dia.

N.

segunda-feira, maio 24, 2010

Porque o que importa é a jornada

Nunca fui uma Lost maníaca. Ao contrário, comecei a assistir a série (assim como todas as que eu assisto) atrasada. Acho que foi minha irmã quem comprou a primeira temporada em DVD, ou seja, depois que ela foi exibida pela televisão.

A partir daí acompanhei até o dia em que vim parar em Dublin, lá pelo início da 4ª temporada. E nem me lembrei mais. 

Com o fim se aproximando I. sugeriu que eu voltasse a acompanhar para poder assistir com ele a temporada final. O que levando-se em consideração o fato de eu estar em casa, não fazendo muita coisa, foi uma ótima idéia e levou só alguns dias. 

Aí veio a fase mais legal, a de assistir a série com I., após o jantar. Esperando toda semana para ver um episódio novo, sempre seguido de um WTF? ao final. 

Engraçado é que só agora, depois do final, eu me dei conta de o quanto esse é o tipo de série que eu gosto. Ou de livro, ou filme, se esse fosse caso. Onde as coisas ficam na maioria das vezes, mal ou não explicadas. Onde sobra espaço para opinião e especulação. 

Lost para mim é uma obra-prima da televisão. Americana, quem diria, hein? Eles que tem quase sempre uma tendência a over explicar as coisas. 

Acordei as 5h00 da manhã hoje para assistir o final, exibido aqui ao vivo. Devo admitir que mais por medo de achar algum spoiler do que por fanatismo. Não me desapontei. 

The End coincidiu com o fim do meu trabalho temporário. Bem temporário, diga-se de passagem. Ambos com lágrimas, mas com a sensação boa de que vai ficar tudo bem. E os dois deixam para mim exatamente a mesma mensagem. A do título aí de cima.

N.

sábado, maio 22, 2010

As torlillas e o atendimento ao consumidor decente

Minha adoração por fast-food e enlatados em geral somada a minha absoluta falta de criatividade (e vontade) na cozinha não resulta exatamente numa dieta muito equibilibrada, como você pode imaginar.

Apesar de ter sempre uma saladinha (comprada pronta, obviamente) de lado, o jantar na casa dos Sorensen se resume quase sempre a pratos rápidos e fáceis. Para ser justa comigo mesma, também sempre rola um salmão grelhado e uma sopa caseira para não dizer que a gente só come porcaria. Mas pelo menos uma vez por semana tem que ter hamburguer ou um "empacotado" mexicano. 

Por "empacotado" leia-se um kit pronto, de uma empresa inglesa chamada Old El Paso. Pode ser fajitas ou tacos, mas o nosso preferido é o beef and beans chili burritos kit que consiste num pacote de tortillas prontas para serem aquecidas no forno, um pacote de salsa pronta, e um outro pacote que serve para temperar a carne moída (que você compra a parte, claro). Aí você serve com alface e tomates picadinhos, um pouquinho de queijo ralado, e no meu caso, sour cream, e pronto. Jantar rápido, fácil e barato. E ainda por cima praticamente tão bom quanto o chilli que eu faço, mas que dá muito mais trabalho. 

Da última vez que eu comprei o kit, no entanto, as tais das tortillas estavam tão grudadas umas nas outras, que ao tentar separá-las, várias se quebraram. 

Na minha falta do que fazer, fui ao site da empresa, e mandei um email reclamando. Ou melhor, no bom estilo inglês, expressei meu desapontamento, sempre com muito boa educação. Parecia uma daquelas cartas que você escreve nos testes da Universidade de Cambridge em que você se desculpa por estar reclamando, mesmo que com razão. 

Tendo morado no Brasil por praticamente 30 anos, não esperava que a reclamação desse em nada. Portanto foi uma surpresa quando no dia seguinte recebi um email da empresa, com o mesmo nível de educação, se desculpando pelo incidente. E me dei por satisfeita.

Ontem, voltando do trabalho, vejo que recebi um envelope vindo da Inglaterra, com uma carta da Old El Paso, não só se desculpando novamente, mas me explicando a possível causa para o terrível grude das tortillas.

Por alguma razão eles acharam que eu gostaria de saber que as tortllas são feitas de farinha e água. E que se a quantidade de água for slightly maior do que a de farinha, elas podem grudar. O que pode ser agravado pelas condições de armazenamento e temperatura dos armazéns e supermercados a que os kits são submetidos. E que tudo isso pode ter sido responsável pelo incidente pelo qual eu passei, e que pelo qual, eles sentem muitíssimo. 

Para restaurar minha confiança na empresa, e se desculpar pelo inconveniente causado (tudo nas palavras deles), eu ainda ganhei um vale postal no valor de 4 euros. Pouco mais do que custa normalmente um kit. 

Eu sei que não é muito, e vai me dar trabalho ter que ir aos correios para trocar o vale por dinheiro, mas mesmo assim eu me senti bem feliz, já que minhas (muitas) reclamações nunca dão em nada. 

Igualzinho no Brasil, né?

N.

quinta-feira, maio 20, 2010

Be careful what you wish for

Então, de tanto reclamar de não ter emprego acabei por arrumar um. Provisório ainda, já que estou só cobrindo uns dias até que eles decidam quem fica com a vaga. 

Tudo muito rápido. Bem rápido mesmo para quem não tinha sido chamada para nenhuma entrevista até agora. Nem tive tempo de escrever. E sinceramente, como são quase 10 horas da noite, e estou exausta, também não vou ter tempo para muita coisa hoje.  Mas estou sozinha em casa e me deu vontade de postar antes de cair na cama com meu livro (I. está numa premiação da área em que ele trabalha, e deve chegar em casa muito tarde; só espero que ele ganhe um prêmio!).

Enfim, "estou" secretária numa firma de advocacia. Comecei ontem e odiei. Isso mesmo, odiei. Voltei para casa chorando de frustração. Me vi há 10 anos atrás trancada num escritório, e mortalmente entediada. Hoje o dia foi melhor, mais pelo fato de que tentei pensar só no lado positivo, do que outra coisa. Bom, também pelo fato de eu estar me sentindo mais confiante do que no primeiro dia. 

Trabalhar significa maior independência de I., a possibilidade de mais viagens, e férias no Brasil, a casa que a gente tanto quer, enfim, tudo mais que vem com mais dinheiro. Também significa não passar o dia todo em casa, sem ver ninguém, e me sentindo inútil.  

Significa também poder voltar a estudar enquanto decido o que vai ser da minha vida aqui. Porque definitivamente, 8 horas por dia atendendo telefone nunca fez parte dos meus planos. 

Pelo menos amanhã é sexta-feira.

N.

segunda-feira, maio 17, 2010

O vídeo do casamento e a prova de que eu estava errada.

All you need is love. Love is all you need.
. Lennon/McCartney . 

Eu não contratei ninguém para filmar meu casamento porque obviamente eu não queria que ele fosse filmado. Mais do que isso, eu não queria cair na tentação de fazer todo mundo que nos visitasse pelos próximos 20 anos assistir a um vídeo de 3 horas de duração que não é interessante para a maioria das pessoas (a não ser que você seja a minha mãe, ou a do I.)

Mas eu não contava com a minha sogra e sua câmera de mão. E ainda bem. 

Sem as filmagens feitas, na sua maioria por C., bem amadoramente, eu teria perdido inúmeros detalhes que no dia me passaram totalmente desapercebidos e que eu gostaria de listar aqui agora. Para mim mesma, que vou ler esse post daqui há alguns anos e lembrar disso com saudades, para os amigos que estavam lá, e para quem não pode comparecer (num dia daqueles em que choveu gatos e cachorros em São Paulo).

Mas vamos a minha lista. Só com o vídeo eu pude:

* ouvir as músicas que nós escolhemos para serem tocadas ao vivo na igreja, durante a cerimônia: The Last Of The Mohicans - Trevor Jones (para a entrada do noivo e padrinhos), Here, There And Everywhere - The Beatles (para mim), Clair De Lune - Debussy (para a benção das alianças), On A Day Like This - Elbow (para cumprimentar os padrinhos) e All You Need Is Love (para a saída). Meu maior orgulho, já que adorei todas elas;

* ver de fato o meu vestido, marfim e não branco, e as callas roxas escolhidas para o buquê (o orgulho número dois);

* ver as pessoas que estavam lá. E ver quase todas elas sentadas de um lado só da igreja (eu nem sabia que convidados sentavam em lados diferentes dependendo de quem convida, noivo ou noiva);

* ver o meu pai, me dando um tapa nas costas e beijando a mão do meu noivo (e como se não bastasse, ele ainda passa bons minutos totalmente perdido sem saber para onde ir). Hilário;

* ver o fotógrafo pisando inúmeras vezes na calda do meu vestido;

* ver o meu "madrinho" F., se segurando muito para não cair na risada (falhando na maioria das vezes). Minha irmã linda na minha cor preferida. Minha mãe irreconhecível e elegante. O casal de padrinhos de batismo e tios com quem eu cresci. S., que de ex-chefe, virou amigo do coração. A. (de vermelho!), que eu não tenho a chance de ver com muita frequência mas que amo muito. A. (com um vestido estonteante de bonito) chorando o tempo i-n-t-e-i-r-o. Racha, eu nem cheguei a falar, mas você tava linda! E D., que vai ser sempre o meu bebê, e com quem eu casaria (se ele quisesse e eu já não fosse casada). 

* ver o padre fazer o coitado do I. rezar o pai nosso no lugar dele (não sei se ele ficou com medo de esquecer em inglês, ou se estava bravo com o atraso da cerimônia). 

* ver I., completamente desorientado, sem saber o que fazer quando o padre nos pede para cumprimentar os padrinhos. 

* e por fim, nós dois parados no altar por séculos ao final da cerimônia, sem saber o que fazer (e eu tonta, perguntando para todo mundo, "acabou, já podemos ir embora?"). Hilário de novo. 

Da festa muito pouco foi gravado, mas sem dúvida o momento em que uma galera dança The Irish Rover (incluindo o fotógrafo) está lá. A. disse no blog dela que foi o melhor parte da festa. Eu concordo e deixo o link aqui de um trechinho pra quem quiser conferir (com o perdão da qualidade, já que eu tive que editar o vídeo).

Obrigado a todos que fizeram daquela noite uma das melhores da minha vida. Mencionados aqui, ou não, vocês moram todos no meu coração. E deixo um beijo mais do que especial para a galera do CNA Penha.

N.

PS. Me dei conta de que eu pareço muito mais bonita (e mais magra) no vídeo do que nas fotos. E isso não tem preço, né?

PS2. Incluí links do youtube para as músicas usadas na igreja também.

Uma vez

Uma vez, quando eu ainda morava em São Paulo, passei em frente a uma barraquinha de DVDs piratas e comprei o filme que hoje está entre os meus favoritos.

Sem querer defender pirataria, mas em época de downloads a torto e a direita nem é como se eu estivesse explorando um "chinezinho" por uma Louis Vuitton (tá bom, ainda assim é crime, e não me orgulho disso).

A única razão pela qual comprei of filme foi porque a estória se passa em Dublin, e eu com passagem marcada, obviamente me interessei. Mas não o suficiente....

Só o assisti depois de estar morando aqui por mais de 6 meses, com (e por indicação de) I., que até então era só o meu namorado. Achei lindo.

Lindo porque é despretencioso (os atores nem são atores), e por isso mesmo tão real. Lindo porque Dublin é uma cidade linda. E porque linda é toda estória de amor que não chega a se concretizar.

Mas esse post não é uma crítica de cinema e o que eu quero escrever mesmo é sobre a trilha sonora, que de tão importante chega a ser personagem do filme. E é parte também da minha história com I., que olha s ó, também começou em Dublin, só há alguns minutos de onde a estória do longa começa.

Falling Slowly ganhou o Oscar de melhor canção original em 2006, e foi a música que nós escolhemos para a nossa primeira dança (afinal, convenhamos a tradição de escolher uma música ao invés de uma valsa  é muito mais legal, né?). Vale um clique aqui para ver o vídeo do casal Glen Hansard e Markéta Irglová, responsáveis pela trilha e personagens principais.

E vale sem dúvida uma passada na locadora, ou no site de downloads mais próximo para conferir o filme.

N.

PS. Btw, ele se chama Once e é uma produção irlandesa independente de 2006 (no Brasil ganhou o título de Apenas Uma Vez e foi lançado em 2008).

PS2. A idéia do post surgiu depois de eu ter ficado super feliz ao ouvir a música sendo interpretada por um casal de competidores no último episódio exibido de American Idol.


sexta-feira, maio 14, 2010

A coleção de condicionadores de cabelo.

Eu acho que a pessoa que determinou que condicionador de cabelo deveria ter praticamente o mesmo tamanho que xampu (sempre estranho escrever essa palavra em português) foi um homem. Ou então algum fdp da industria da beleza tentando ganhar ainda mais dinheiro extorquindo clientes. Provavelmente os dois.

Eu não sei o das outras mulheres, mas o meu xampu sempre acaba muito antes do que o condicionador. O resultado é que ontem eu tinha 3 embalagens de diferentes produtos que não foram usadas nem pela metade se acumulando em volta da minha banheira, e nenhum xampu. Isso porque eu nunca compro a mesma marca duas vezes seguida. Mito ou não, meu cabelo pede algo novo eu atendo. Acabo comprando o condicionador junto, e aí você sabe, o antigo fica lá de lado. 

Daí que eu tinha 3 opções. A primeira comprar outro xampu e condicionador combinandinho e somar mais um a coleção. Mas estou cansada de gastar dinheiro a toa, e ainda por cima, me sentindo super culpada por não estar trabalhando e depender financeiramente de I. Opção descartada.

A segunda, lavar o cabelo só com condicionador. Mas como a situação não está tão ruim assim (e a culpa nem é tão grande), opção descartada. 

A terceira, comprar só um xampu. Afinal eu não vou ficar careca por usar um xampu diferente do(s) condicionador(es). Vou? Wagner, tá aí?

Super orgulhosa da minha opção econômica, e com saudades do tempo que meu cabelo só via Kerastase, vou eu ao Tesco. Elvive colour protect (que no Brasil chama Elseve), por um preço bem razoável. Pronto, é só isso que eu preciso. 

Mas aí eu vejo o xampu novo que eu quero usar com preço reduzido se você comprar o condicionador junto. Vai pra cestinha também, afinal são 4 euros de economia. 

Pensando bem, não foi uma compra a toa, já que não vai estragar e, cedo ou tarde, eu vou acabar usando mesmo. Enquanto isso, ficam os quatro lá, até quando ainda houver espaço na banheira. Ou até quando eu enjoar deles e comprar mais um. 

N.

ps. agora eu vou aproveitar a minha tarde de sol e ir aos correios. Mais tarde vamos sair com N. e D. para umas bebidinhas, e vou ter que deixar de lado The Girl With The Dragon Tatoo que eu quero tanto terminar. 

quinta-feira, maio 13, 2010

Uma esposa silenciosa é um presente do Senhor

Muita porcaria na minha caixa de correio hoje. Folheto de entrega de pizza - toda semana chegam pelo menos 2, dos mesmos lugares, sem nenhuma novidade. Eles acham que eu como os panfletos junto com a pizza?). West Wood Club - academia?? aaaaaaahhhhh. Eu prefiro pagar para ouvir a Ivete Sangalo do que ir a academia. Dublin Hearing Centre - "take a video tour of your ear" - yeah, right. Summer Soccer Schools 2010 - no, thanks.

No meio da junk mail, um envelope pardo endereçado a Mr. and Mrs. I. Sorensen. Reconheço a caligrafia da minha sogra. Dentro, a cópia xerocada de um guia. "The Complete Wedding Massbook Guide". 32 páginas. Medo. 

Quem foi o infeliz que teve a idéia de ter missa junto com o casamento número 2? Oops, fui eu mesma, num momento de delírio, provavelmente. A sogra até ligou para perguntar. I. disse não. Mas eu achei que, sei lá, ia agradar boa parte da família. Já fizemos isso uma vez mesmo, a segunda não vai matar. Hipocresia ao quadrado. 

Só comecei a me arrepender, quando essa semana I. comentou que a mãe disse que precisaríamos escolher os readings and hymns para a cerimônia. Ãh? Como eu vou saber o que escolher? Bom, pergunta respondida, já tenho o meu "guia". Ahá.

Folheio rapidamente e encontro observações a lápis, da minha sogra que se deu ao trabalho de ler antes e sugerir ou explicar melhor, sei lá eu. Na capa: "Have Fun". Pois é, o bom humor inglês. 

A página 6 explica as 5 partes de uma missa para cerimônia de casamento. Na terceira parte, sob o item "Prayers of the Faithful", a anotacão a lápis diz: "you can write your own". Como assim? Escrever o que? Prayers of what? Eu nem sei rezar Pai Nosso. 

Para ficar pior eu me deparo com uma das sugestões de leitura (de novo com uma observação irônica de C.), um salmo que exalta as qualidades de uma boa esposa ("the joy of her husband"). Olha só esse trecho, que pérola:

The grace of a wife will charm her husband, her accomplishments will make him stronger.
A silent wife is a gift from the Lord; no price can be put on a well trained character.

Bom, eu vou seguir o conselho, ficar quietinha e deixar para que a sogra escolha o que ela quiser. 

N.

quarta-feira, maio 12, 2010

Noite em claro

Sabe essa coisa de que um adulto comum precisa de 8 horas de sono por dia? Ah, bobagem pra mim. Eu preciso de pelo menos 10 horas para acordar bem e descansada. 

Apesar disso qualquer coisa é capaz de me tirar o sono. Qualquer bobagem mesmo. Então eu preciso estar completamente relaxada antes de ir pra cama. O que tem funcionado para mim é já pensar e planejar meu dia bem antes do anoitecer. Aí vou para o quarto (que de preferência deve estar aquecido), sem TV ou computador, e leio meu livro até praticamente cair de sono. Se ainda assim eu insistir em pensar, tento uma técnica de respiração que acaba me relaxando.

Ontem tudo isso falhou e eu passei boa parte da noite acordada. Por consequência I., coitado, também dormiu muito mal. 

Primeiro foi difícil relaxar porque minhas pernas estavam muito doloridas. Acho que exagerei um pouco no exercício físico (que no meu caso se resume a caminhadas e ergométrica) nesses últimos dois dias. Acordei no meio da noite com dores, e não consegui mais dormir. Devo ter passado horas pensando na minha reunião com o Care Local, na minha lista de supermercado, no jantar da semana que vem, nas aulas de dança, na convocação da seleção, na minha blusa do Paul McCartney que desapareceu, sobre que cor pintar minhas unhas hoje, e por aí vai...

Resolvi levantar e passar um creme para dor muscular. A dor melhorou, mas aí o que me manteve acordada foi o cheiro insuportável de Deep Heat que invadiu o quarto, o apartamento, e muito provavelmente, o prédio todo. Acordou I. também, que reagiu com o insulto de que ele não poderia estar menos atraído por mim naquele momento.  Eu resolvi provar que ele estava errado (cheirando deep heat, ou não, eu ainda sou sexy) e isso nos manteve acordados por mais um tempinho, se é que você me entende. 

Achei que depois disso eu dormiria. Nada. O cheiro atacou minha rinite, e passei o resto da noite, com as dores nas pernas, espirrando feito uma maluca, e pensando se na sexta-feira que vem devo fazer frango a parmegiana ou lasanha.

Alguma sugestão?

N.

segunda-feira, maio 10, 2010

O fim da semana e da TPM

"Women complain about premestrual syndrome, but I think of it as the only time of the month that I can be myself"
. Roseanne Barr . 

"I love you more because you're nuts". Foi o que I. me disse no sábado a noite depois de eu ter chorado por horas. Me fez rir e perceber o ridículo da situação toda.

Minha TPM, que já foi muito pior, começa com sintomas físicos (cansaço, inchaço, dores pelo corpo) e culmina com crises de choro por razões das mais esdrúxulas possíveis. Teve o dia em que eu cheguei em casa do trabalho e não encontrei meu pijama debaixo do meu travesseiro, como de costume. O fim do mundo pra mim. Teve também o dia em que eu chorei inconsolavelmente, no supermercado, ao som de "Fake Plastic Trees", do Radiohead (sabe aquela época do comercial da AACD? bem nessa época). E lendo "PS. I love you", no metrô. E no avião, voltando de Londres no ano passado. Chorei tanto, que a aeromoça (da Ryanair) me perguntou se eu precisava de alguma coisa. E quando cheguei em casa, com aquela cara de quem tinha chorado por dias e dias, fiquei com vergonha de dizer para a família para quem trabalhava, que não tinha motivo para ter chorado. Menti que estava com cólicas (e ainda ganhei o dia seguinte off). 

No mês passado eu resolvi tirar um domingo de sol lindo para chorar no St. Stephen's Green. Chorei porque eu queria sanduíches do Tesco e não da M&S (ainda se fosse o contrário!). I. sentou do meu lado sem saber muito bem o que fazer. E depois que eu gritei com ele (e voltei a chorar) ele me largou no meio da Dawson Street e veio sozinho para casa. Não fique com pena de mim, eu mereci. 

O chororô do último sábado teve como gatilho uma menina e um coelho. A tal da menina estava se apresentando no Britain's Got Talent, com um ato que ela chamou de "the jumping rabbit", tão entertaining quanto parece. Mas ver a menina com o coelho no colo (como se fosse um bebê) foi suficiente pra mim. Pior do que ter chorado foi ter que explicar pra I. que estava chorando porque queria uma coisa pequena para cuidar (um cachorro, um bebê, ou um coelho, nessa ordem). Enquanto eu chorava, ele ria. E quando eu não parei de chorar ele perguntou se um cachorro resolveria o problema, ao que eu respondi com um "Claro que não, só estou chorando porque vou menstruar amanhã (mostrando o meu imenso auto-conhecimento)".

Para minha sorte, e dele, só acontece um dia no mês. Hoje, segunda-feira, tudo voltou ao normal: o cachorro segue planejado para quando tivermos uma casa; bebês não, pelo menos pelos próximos 2 anos; e coelhos, bom... odeio coelhos. 

Baby fever agora, só daqui há 28 dias.

N.

sexta-feira, maio 07, 2010

O Anel de Claddagh


The hands are there for friendship,
The heart is there for love.
For loyalty throughout the year,
The crown is raised above.


Claddagh é uma vilazinha de pescadores, próxima a Galway. É também o nome desse anel aí de cima, famoso por aqui como simbolo de amor e/ou de amizade. Muitas vezes ele é usado como anel de noivado, ou até como aliança de casamento. Existem várias maneiras de se usá-lo dependendo do seu estado civil ou comprometimento (mão esquerda ou direita, com a ponta do coração apontando para fora ou para dentro).


Conta a lenda que, há séculos atrás, um barco de pescadores foi aprisionado por corsários e seus tripulantes vendidos como escravos a um joalheiro turco. Entre eles estava Richard Joyce, morador de Claddagh, que se casaria naquela mesma semana. Treinado como ourives, ele criou o design do anel que simbolizava seu amor (na forma do coração), sua lealdade (a coroa) e sua amizade (as mãos), para a noiva que ficara para trás. Após 8 anos ele foi libertado e seu ex-dono lhe ofereceu a mão de sua filha e metade de sua riqueza para que ele não partisse. Joyce recusou, retornou a Claddagh, reencontrou a mulher que amava, deu a ela o anel, eles se casaram e nunca mais se separaram. 


Lenda ou não, eu gosto da simbologia. Ouvi a história pela primeira vez quando estava em Galway (e tirei a foto aí de baixo, da entrada de um museu dedicado a esse símbolo). Pensei em oferecer o anel como lembrança do meu casamento (ele não precisa ser feito de ouro, nem nenhum outro material precioso; ao contrário ele pode ser encontrado por preços bem razoáveis até nas Carrol's espalhadas por Dublin) mas desisti da idéia por achar que não conseguiria uma variedade de tamanhos para agradar a todas as meninas. 






O tempo passou, eu esqueci do anel. Mas ontem numa cena de um filme, ele aparece (sem nenhuma menção a lenda) e eu cheguei a conclusão que quero um. Não quero comprar, obviamente, porque perderia todo o contexto. Então "sutilmente" (foi mais ou menos, "ei, eu quero um presente seu") sugeri a I. que me presenteasse com um. Mas não quero uma jóia, quero que ele tenha para mim só o valor sentimental. 


Agora só me resta esperar pelo meu.


N.


ps. esqueci de escrever que na quarta-feira vi o Louis Walsh (se você não mora na Irlanda ou no Reino Unido, não sabe quem ele é) andando na rua, aqui pertinho de casa. (E sim, eu a-d-o-r-o The X-Factor, devo confessar.)


ps2. chorei muito com o episódio 14 de Lost ontem e com The Kite Runner. 

quinta-feira, maio 06, 2010

Sobre nada

"The nice thing about egotists is that they don't talk about other people."
. Lucille S. Harper . 

Eu não tenho novidade nenhuma. Nem nenhum assunto interessante sobre o que divagar ou opinar. Tenho uma vontade imensa de escrever, e já que o blog é meu, e eu escrevo primeiramente para mim mesma, vamos lá.

Ontem saí da aula de dança, mais uma vez, me sentindo a criatura mais feliz da face da terra. Apesar de ter passado o dia inteiro com borboletas no meu estômago, me saí muito melhor do que na semana passada. 

Cheguei em casa cansada, mas tão alerta (e com a cabeça a mil com coisas que eu conto depois, ou não) que demorei a cair no sono. 

Hoje as pernas não doem, mas o dia está horrível e eu resolvi tirar o day off das rotinas de dona-de-casa. Passei parte da manhã na internet, acredite ou não, fazendo coisas úteis (o mesmo assunto que meio que me tirou o sono na noite passada). Depois peguei meu cobertor, minha xícara de chá, e assisti Leap Year (porque durante o dia não consigo me concentrar em nada sério). 

Acredite ou não, de novo, não odiei o filme. Amy Adams (de Julie & Julia) e Matthew Good demonstram uma certa química. O cenário é lindo, e o filme é engraçadinho sem cair no ridículo. Já deixei um post-it no computador me lembrando de pedir para I. baixar a trilha sonora que tem, entre outras coisas, The Irish Rover, que toca num casamento no filme e também tocou no meu, fazendo todo mundo dançar. 

O filme também me lembrou que eu ainda quero um Claddagh ring. Nem precisa ser uma jóia, mas tem que ser presente de I. E é assunto para o próximo post. 


N. 


ps. tenho duas revistas novinhas para ler mais tarde. :)

quarta-feira, maio 05, 2010

Eu gosto mesmo é de rotina.

Houve um tempo em que eu tinha uma vida profissional. E eu fazia questão de que ela fosse extremamente bem organizada, ou melhor, EU era extremamente organizada. 

Tanto que nos anos em que trabalhei no CNA, sempre ganhei o prêmio de "mais organizada" no CNA Teacher's Awards (o nosso Oscar pessoal), junto com o de "a melhor risada" para provar que eu não sou uma total control freak bitch. 

Em casa, eu me dava ao luxo de relaxar. Mas agora que os dias em casa se tornaram o padrão, eu transferi todas as minhas neuras para as tarefas cotidianas.

Para se ter uma idéia do nível da minha insensatez, antes de dormir eu anoto (hora a hora, as vezes até de meia em meia hora) tudo o que eu vou fazer no dia seguinte. Desde tomar café-da-manhã, até trocar a roupa de cama, passando por assistir um episódio de 24, ler 50 páginas de um livro, tomar um chá com biscoitos. Eu também programo a hora em que vou tomar banho e o que vou vestir. ALôca total. 

Quanto ao que fazer para o jantar então, desde o último domingo eu tenho o cardápio da próxima semana todo programado. E acredite, já estou pensando na semana seguinte (que deve ser lá para o final do mês).

Por isso, obviamente eu não gosto quando a minha rotina é alterada. Mesmo que minimamente.

Hoje eu até tentei. Como I. saiu para o trabalho muito mais cedo do que de costume, resolvi que ia ficar na cama, dormir até mais tarde, e não me preocupar com o dia que já estava previamente programado. 

O máximo que consegui foi dormir uma hora a mais. E só. E foi suficiente para que até agora, no meio da tarde, eu ainda esteja me sentindo perdida. Não sei se leio, se assisto um filme, se faço as unhas da mão ou se passo aspirador de pó na casa.

Amanhã? Bom amanhã eu volto a acordar as 8h20. As 8h30 vou tomar café, as 9h00 vou checar meus emails, ler as notícias e... bom, você não precisa saber do resto, mas eu sim. 

N.

terça-feira, maio 04, 2010

Home Sweet Home

Como é bom estar de volta em casa. 

Não me leve a mal, adoro ir para Killarney. Gosto da viagem longa de carro. Levo sempre comigo o livro que estiver lendo (se estiver acabando tem que ter também uma segunda opção), uma revista novinha (para ser folheada pela primeira vez no carro), meu diário, um sudoko, um par de meias bem fofinhas para tirar o sapato e não sentir frio, água, salgadinhos e doces, porque, convenhamos, eu sou uma mulher preparada. Gosto também da companhia de I., claro, e do I-Pod ligado ao carro com muito Beatles e Radiohead, sempre. 

Gosto da chegada, com muitos beijos e abraços, como se a gente tivesse passado muito tempo sem aparecer. Gosto do quarto super aconchegante e da comida boa da minha sogra. Do vinho de boa qualidade e do fim de noite com caipirinhas e Irish coffee. De ver o que E. vai estar vestindo e de brincar com a cadela Phoebe. 

Essa foi a minha primeira vez lá como parte "oficial" da família. Não que eu não tenha sido sempre tratada como tal. 

Conheci M., amiga de infância da minha sogra, e a filha dela. E., que se casa em agosto, em York. Vi o vestido dela, que está ficando lindo, e espero ansiosa para meu primeiro casamento inglês. 

E por falar em casamento, no domingo lá fomos nós visitar as duas igrejas disponíveis para o nosso summer wedding. Escolhemos a Mucross Church, por ser menor e mais aconchegante. A primeira foto é minha, as outras duas acabo de achar no google:



Tomara que São Pedro ajude e faça um dia de sol lindo para compensar toda a chuva do mundo que caiu no dia do meu casamento número 1. O que aliás, dizem os supersticiosos, significa muita sorte. 

Espero que o seu fim-de-semana tenha sido tão bom quanto o meu. 

N.

p.s. e uma careta bem feia para quem achou Iron Man 2 ruim.