Ontem de manhã encontrei no armário da cozinha um envelope verde. A primeira impressão foi a de curiosidade. O que seria? Pensei que I. tinha escondido alguma coisa de mim. Que idiotice, por que ele esconderia algo de mim no armário da cozinha? Depois achei que era dele para mim! No final era um cartão de agradecimento de A., por tê-la recebido em casa há duas semanas atrás. Me assustei a princípio por não tê-lo notado antes (eu poderia jurar que ele não estava lá antes!!) e depois fiquei muito, muito contente pela lembrança e pelo carinho.
Não há no Brasil a cultura de se enviar ou presentear alguém com cartões, há não ser talvez no Natal. Aqui na Irlanda, e acredito que em muitos outros países, cartões são dados para pessoas de todas as idades em aniversários, natais ou outras datas especiais, como casamentos, noivados, batizados, como forma de agradecimento ou desejo de boa recuperação após uma doença. Enfim, há cartões para todas as ocasiões. Quando eu e I. ficamos noivos, vários cartões chegaram pelo correio, de pessoas que eu ainda nem conheço. Estão todos cuidadosamente guardados.
Existe algo muito especial na simples atividade de escolher um cartão para alguém. Você escolhe por uma imagem, ou layout que agrade não só a pessoa a ser presenteada, mas você também. A mensagem, talvez mais do que qualquer outra coisa, também precisa ser perfeita, assim como o que você vai escrever. Se a pessoa não estiver próxima, o cartão é enviado pelo correio e então começa a expectativa para saber se ele chegou ou não. Saber que alguém fez tudo isso por mim me deixa mais feliz do que um presente em si, que às vezes é comprado sem o menor carinho ou consideração.
E já que vou morar por aqui, adoto, a partir de agora, a cultura do cartão. E se você um dia receber um cartão meu, saiba que foi escolhido especialmente para você, com todo o carinho do mundo.
E A., go raibh maith agat!
Um comentário:
:-)
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